O presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, Marcelo Santos (Podemos), afirmou que não tem planos de concorrer à vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCES). O nome dele vinha sendo mencionado nos bastidores como um dos possíveis candidatos, mas ele afirmou que tem a intenção de conduzir o processo de escolha do novo conselheiro como presidente da Casa de Leis, apesar não descartar totalmente a possibilidade de concorrer.
"Não está nos meus planos fazer isso. Eu me elegi para ser deputado e depois me elegi para ser presidente da Assembleia. Eu vou conduzir o processo. O caminho que ele vai seguir são os deputados que vão tocar", disse o deputado, na tarde desta segunda-feira (5), após presidir a sessão solene de abertura do ano legislativo na Assembleia.
Marcelo Santos afirmou ainda que seu "caminho natural" é se concorrer a uma vaga de deputado federal em 2026.
Em 8 de janeiro deste ano, o conselheiro Sérgio Borges completou 75 anos de idade e, por isso, teve que se aposentar. Na mesma data, o presidente da TCES, Domingos Taufner, comunicou à Assembleia que a vaga estava aberta.
Ainda que o Legislativo estadual vote para escolher o novo conselheiro, o eleito não precisa necessariamente ser um parlamentar. Contudo, segundo o presidente da Casa, essa é a vontade da maioria dos deputados estaduais, expressada em um almoço nesta segunda (5).
"Há um sentimento, por maioria esmagadora, que a Casa siga neste caminho (eleja um parlamentar para o TCES). Eu disse para que cada um pudesse refletir sobre a importância e responsabilidade que tem. Para que a gente possa, ao final, apresentar nome, ou nomes, que sigam essa linha de amadurecimento", aponta.
Quando menciona o amadurecimento, o deputado se refere a uma relação harmônica entre os poderes que, segundo ele, demorou anos para acontecer no Estado. Parlamentar ou não, a condição dada pelo presidente da Assembleia é que o nome escolhido "não destoe" desse arranjo.
"Tem que ter na decisão de uma Corte que é de controle, que a Assembleia tem a responsabilidade e a tranquilidade indicar, alguém que não fuja desse tempo de hoje. Que não queira ser palmatória do mundo, que não queira estar lá para destoar, para dizer que é diferente", afirma.
Na visão dos parlamentares, a escolha de um deles para a cadeira do TCES seria uma forma de fortalecer o Legislativo, como mostrou a colunista Leticia Gonçalves. Isso porque em 2019, quando também foi eleito um conselheiro pelos deputados estaduais, o escolhido foi Luiz Carlos Ciciliotti, ex-secretário da Casa Civil do governador Renato Casagrande (PSB) e presidente do partido deste.
Uma vez que uma vaga de conselheiro é aberta, não há tempo limite para que o novo nome seja escolhido. Porém, Marcelo Santos disse que tem a intenção de abrir o edital para colher as candidaturas e votar o novo nome ainda em fevereiro. A intenção, frisou o deputado, é de que se forme um consenso em torno de um nome a ser homologado.
O TCES é formado por sete conselheiros. Três deles são escolhidos pelo governador, com a aprovação do Legislativo, e os outros quatro pela Assembleia. Atualmente, só dois dos sete conselheiros são ex-deputados. Todos são homens.
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