Pedindo o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), simpatizantes do MBL e do movimento Vem Pra Rua fizeram um protesto em Vitória e Vila Velha neste domingo (12). O grupo se reuniu na Praça do Papa, na Enseada do Suá, por volta das 9h30, e de lá partiu em carreata, com cerca de 80 veículos, de acordo com a Polícia Militar, com direção ao município de Vila Velha, passando pela Terceira Ponte. Próximo às 11h50, o ato foi encerrado.
Alguns manifestantes carregavam consigo bandeiras do Brasil, símbolo que é marca dos apoiadores de Bolsonaro. Além disso, alguns estavam vestindo camisas de partidos políticos, como o Novo, apesar de tanto o MBL quanto o Vem pra Rua pedirem que o movimento seja apartidário.
O médico Gustavo Peixoto, que é e uma das lideranças do movimento Vem Pra Rua no Espírito Santo, afirmou que uma das principais motivações do protesto é mostrar a contrariedade à polarização política, que, segundo ele, está sendo imposta aos eleitores. Gustavo também teceu críticas a Bolsonaro, afirmando que o presidente não possui condições de gerir o Brasil.
"Querem dizer que só existe Lula e Bolsonaro no Brasil, isso não é verdade. Falta mais de um ano para as eleições e o presidente atual já rompeu com todas as pautas de combate à corrupção, já demonstou falta de empatia com as vítimas da Covid, já demonstrou que não tem capacidade nenhuma de fazer a gestão de um país como o nosso. Nós temos tempo hábil de buscar um outro nome, que respeite a democracia, que respeita as instituições e que, fundamentalmente, tenha condições de fazer a gestão do Brasil", disse.
A liderança do movimento também negou que este ato seja uma resposta às manifestações do dia 7 de setembro, quando apoiadores de Jair Bolsonaro foram às ruas para demonstrar apoio ao presidente. Segundo ele, o ato deste domingo já estava marcado desde julho.
"No 7 de setembro, nós assistimos a um grande comício que foi convocado através de carreatas patrocinadas com dinheiro público ao longo de três meses. Não é uma resposta, na verdade, o movimento já estava agendado desde o final de julho. Nós calculamos que, em setembro, a população já estaria adequadamente vacinada e permitiria, com medidas de prevenção, que nós seguíssemos fazendo algumas manifestações, saindo das redes sociais e mostrando nossa cara na rua", disse.
Em carreata, o grupo deixou a Praça do Papa por volta das 10h15 e foi em direção à Terceira Ponte. Próximo às 10h40, os manifestantes chegaram ao vão central da ponte. A todo o tempo, o grupo gritava frases contrárias a Jair Bolsonaro e até mesmo xingamentos contra o presidente.
Próximo às 11h05, os manifestantes chegaram até a Avenida Gil Veloso, no bairro Praia da Costa, em Vila Velha. De lá, ainda em carreata e entoando gritos contra o presidente, foram até o Parque da Prainha, no Centro da cidade. Lá, eles cantaram o hino nacional e encerraram o ato.
As manifestações pelo impeachment de Jair Bolsonaro marcadas para este domingo (12) ocorrem em meio ao esforço dos organizadores para manter um caráter apartidário e sem palanques para 2022. Os protestos foram convocado por movimentos de centro-direita e depois reforçados pela adesão de centrais sindicais e do PDT de São Paulo, mas sem a participação de PT e PSOL e de setores da esquerda organizados numa campanha paralela, que também pede a saída do presidente.
Este é o primeiro ato de rua organizado pelo Movimento Brasil Livre (MBL), pelo Vem Pra Rua e pelo Livres na campanha pelo impeachment de Bolsonaro. Estão previstos atos em 15 capitais do País. Mesmo que tenham objetivo em comum com a esquerda, a aproximação é um tabu, uma vez que esses movimentos ganharam projeção nacional durante a campanha pelo impedimento da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016.
O protesto deste domingo é encarado pelas lideranças como uma oportunidade de resposta aos atos bolsonaristas de 7 de Setembro, quando manifestantes pediram o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e uma intervenção militar no País, e o presidente afirmou que deixaria de cumprir ordens judiciais do ministro do Supremo Alexandre de Moraes. A carta na qual Bolsonaro sinalizou um recuo, publicada na quinta-feira, foi encarada com ceticismo pelos organizadores.
Até a semana passada, organizadores do ato de hoje defendiam uma oposição tanto a Bolsonaro quanto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para 2022. Após conversas com centrais sindicais, porém, o MBL concordou em revogar o mote "nem Lula, nem Bolsonaro" e focar apenas no impeachment do presidente, como mostrou a Coluna do Estadão. Ainda assim, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), ligada ao PT, não aderiu à manifestação.
Com informações do jornal O Estado de São Paulo
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