O Diretório Nacional do MDB determinou o cancelamento da convenção do partido no Espírito Santo, realizada de maneira improvisada com urnas de papelão em Vitória no último domingo (16). Desta forma, o ex-deputado federal Lelo Coimbra (MDB) permanece no comando do MDB no Estado provisoriamente pelos próximos 90 dias.
O comunicado com a decisão da sigla foi divulgada na quarta-feira (19). O documento assinado pelo presidente do partido, o deputado federal Baleia Rossi (MDB), revela que um funcionário da legenda foi enviado ao Espírito Santo para acompanhar a disputa.
O observador relatou o clima de insegurança jurídica por conta da inscrição da chapa, sub judice, do ex-deputado federal Marcelino Fraga (MDB); do número de delegados municipais não homologados pelo partido; e pelas nítidas interferências externas de pessoas não filiadas ao partido.
Houve ainda, segundo o observador, incerteza sobre o número de votantes e a inscrição de diretórios junto à Justiça Eleitoral um dia antes da convenção. Em entrevista ao colunista Vitor Vogas, Lelo acusou o governador Renato Casagrande (PSB) de interferir na eleição e ligar para lideranças do interior, orientando que votassem em Marcelino, a revelia de Coimbra.
Paulo Hartung desencarnou da política capixaba, mas parece que continua sendo um fantasma para o governador, disse o emedebista. O governador respondeu à provocação e disse que é cristão e não tem medo de fantasmas.
O comunicado não fixa a data ou dá qualquer previsão para a realização de novo pleito. De acordo com o documento, a eleição para a executiva estadual está suspensa até que o quadro de incertezas seja estabilizado.
Advogado da chapa de Marcelino Fraga, Luciano Ceotto sustenta que a decisão divulgada por Baleia Rossi não muda o cenário da eleição no Estado e que será o Judiciário, que já julga a validade do pleito com os votos feitos em urnas de papelão, que irá definir quem ficará no comando do partido.
A eleição já está judicializada, o Marcelino aguarda a decisão da Justiça e respeitará o que for decidido. Até a decisão ser tomada, não vamos fazer nada em relação ao comando provisório do partido. Agora, a gente entende que não é da competência do presidente do partido cancelar ou não uma convenção estadual, afirmou.
A defesa da chapa de Lelo também se manifestou e alegou que a eleição do domingo não está sendo considerada, já que não respeitou os ritos do partido e foi feita de maneira improvisada, sem resguardar a transparência do pleito e sem garantir o sigilo do voto.
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