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MDB nacional suspende filiação de Marcelino Fraga e José Esmeraldo

MDB nacional suspende filiação de Marcelino Fraga e José Esmeraldo

Executiva do partido suspendeu, como medida cautelar, ex-deputado federal e deputado estadual. Comissão de Ética analisa possibilidade de expulsão dos dois

Publicado em 13 de agosto de 2020 às 15:36

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Marcelino Fraga, de camisa preta, tomou posse nesta terça-feira
José Esmeraldo, de camisa azul, e Marcelino Fraga, de camisa preta: MDB os acusa de desacatar ordem da Executiva nacional e invadir sede do partido no Espírito Santo. (Divulgação)

A Executiva Nacional do MDB decidiu na última quarta-feira (12), à unanimidade, suspender por 60 dias as filiações do ex-deputado federal Marcelino Fraga e do deputado estadual José Esmeraldo. A decisão tem caráter liminar (provisório), enquanto a Comissão de Ética Nacional do partido analisa um processo disciplinar contra os dois, que pode resultar na expulsão deles do partido.

O processo foi movido devido à atuação de Marcelino e José Esmeraldo ao improvisarem uma eleição para o diretório estadual do MDB em fevereiro, na Praça Getúlio Vargas, em Vitória. A eleição deu vitória a Marcelino Fraga. O processo de escolha chegou a ser reconhecido pelo Tribunal Regional Eleitoral no Espírito Santo (TRE-ES), mas não tem o aval da Executiva nacional do partido.

Desde março, o partido está sob intervenção de membros de fora do Espírito Santo, escolhidos pela direção nacional do MDB, até que haja uma definição sobre a escolha do novo presidente estadual do partido. Outra acusação na Comissão de Ética é a de desacato à determinação da Executiva nacional, por parte de Marcelino e Esmeraldo, ao não acatar a intervenção no diretório estadual. No processo, eles são acusados de "invadir" a sede capixaba do partido, em Vitória. Segundo a nacional, os interventores ainda não tiveram acesso ao escritório do MDB estadual.

Com a suspensão, eles ficam impedidos de participar das reuniões do partido, votar em convenções partidárias e de disputar as eleições municipais deste ano.

O processo também está na pauta do Pleno do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), que pode decidir os novos caminhos para a representação do diretório capixaba no próximo dia 18.

De acordo com a ata da reunião da última quarta-feira, José Esmeraldo e Marcelino ficarão afastados do partido enquanto a Comissão de Ética dá prosseguimento ao processo disciplinar. Eles terão espaço para se defender da expulsão do partido.

A suspensão da filiação na sigla pode frustrar os planos de Marcelino Fraga de disputar a eleição em Colatina, onde é pré-candidato a prefeito. Já o deputado estadual José Esmeraldo não é pré-candidato e também não corre o risco de perder o mandato na Assembleia Legislativa ou eventuais funções partidárias na Casa.

Urnas utilizadas em votação na Praça Getúlio Vargas, em Vitória, para escolher comando do MDB no ES
Urnas de papelão utilizadas em votação na Praça Getúlio Vargas, em Vitória, para escolher comando do MDB no ES, em fevereiro . (Vitor Vogas)

O OUTRO LADO

Marcelino Fraga afirmou que não foi convocado para a reunião que votou pela sua suspensão e que só ficou sabendo da decisão do partido por meio de "boatos nas redes sociais". Ele sustenta que sua suspensão é ilegal, por não ter sido oferecido previamente o direito de se defender.

"Eles estão querendo atropelar uma decisão judicial que reconheceu a eleição da nossa chapa. No dia 18, a Justiça julgará em segunda instância o processo da eleição do MDB no Espírito Santo e essa decisão da nacional perderá a validade. Eles dizem que há intervenção aqui, mas o partido está abandonado, nunca vi ninguém vir aqui no Estado", afirma. 

Para José Esmeraldo, o ex-presidente da sigla no Estado Lelo Coimbra, que disputa a presidência no Espírito Santo com Marcelino, "tem proximidade" com o presidente nacional do MDB, o deputado federal Baleia Rossi.

"Não fui convocado e se fosse também não iria, pois não adianta nada, o Baleia Rossi faz o que o Lelo falar, os dois são amigos. Por isso, sei que independentemente do que eu falar, não vai mudar nada", argumenta. 

A reportagem também entrou em contato com o advogado do ex-presidente do diretório estadual Lelo Coimbra, após as acusações de Marcelino e Esmeraldo de que ele tenha influenciado a decisão. De acordo com a defesa de Lelo, o processo seguiu todos os trâmites previstos no estatuto do partido.

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