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Ministro do STF determina retorno de desembargador do TJES ao cargo

Ministro do STF determina retorno de desembargador do TJES ao cargo

Gilmar Mendes determinou que Robson Luiz Albanez volte às atividades; ele está afastado por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) desde dezembro de 2021

Publicado em 19 de abril de 2023 às 21:19

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TJES
Sede do Tribunal de Justiça do Espírito Santo. (Carlos Alberto Silva)
Ednalva Andrade
Repórter / [email protected]

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes determinou o retorno do desembargador Robson Luiz Albanez às atividades no Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), em decisão concedida nesta quarta-feira (19). Albanez está afastado do cargo desde dezembro de 2021, quando se tornou réu por corrupção passiva na ação penal que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e apura os fatos relativos à Operação Naufrágio.

Ao atender parcialmente o pedido da defesa do desembargador, Gilmar Mendes revogou o afastamento cautelar de Albanez de suas funções no Tribunal de Justiça, mas ressaltou que podem ser fixadas novas medidas cautelares, desde que "motivadas por fatos contemporâneos".

O ministro do Supremo determinou que a sua decisão seja comunicada imediatamente ao ministro do STJ Francisco Falcão, relator da Ação Penal 623, referente à Operação Naufrágio.

Nessa ação, Albanez responde à acusação de corrupção. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), ele teria negociado uma decisão judicial em troca da influência de um advogado no processo de escolha de desembargadores para o TJES. Os fatos são relativos ao período em que ele era juiz e a operação foi deflagrada em 2008. Ele foi promovido ao cargo de desembargador em 2014, pelo critério de antiguidade.

Ministro do STF determina retorno de desembargador do TJES ao cargo
Desembargador Robson Albanez
Desembargador Robson Albanez. (Guilherme Ferrari / Arquivo A Gazeta)

O advogado de Albanez, Luciano Olímpio, afirmou que espera que o seu cliente retorne o mais breve possível às atividades. Oficialmente, a defesa ainda não tomou ciência da decisão do ministro Gilmar Mendes, mas já esperava que o habeas corpus fosse atendido.

"Independentemente do mérito da decisão, o retorno à atividade é sob o enfoque de que a acusação contra ele (Robson Albanez) é sobre fatos que teriam ocorrido há mais de 13 anos e isso não tem como justificar o afastamento cautelar. A defesa ainda não tomou ciência formal, mas era uma decisão esperada por conta da completa ausência de fundamentação para o afastamento. Para nós, está sendo restabelecida a justiça", destacou o advogado de Albanez.

A reportagem de A Gazeta entrou em contato com as assessorias do STF e do Tribunal de Justiça para saber se houve comunicação oficial da decisão que determina o retorno de Albanez ao cargo, mas não houve retorno às mensagens enviadas até o fechamento deste texto. 

Operação Naufrágio

A Operação Naufrágio foi deflagrada em 9 de dezembro de 2008 pela Polícia Federal e sacudiu o Judiciário capixaba. Foram 13 anos até o recebimento da denúncia do MPF que apontou um esquema de venda de sentenças e loteamento de cartórios extrajudiciais envolvendo magistrados e servidores do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), além de advogados, empresários e políticos.

A ação anda a passos lentos e, desde fevereiro deste ano,  o STJ começou a ouvir as testemunhas indicadas pelos 15 réus no processo, incluindo Albanez. No final de 2022, além de indicarem as pessoas que eles acreditam que podem contribuir para esclarecer fatos relacionados à operação, os réus apresentaram defesa prévia e informaram as provas que pretendem que sejam colhidas pela Justiça.

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