O major da reserva do Exército Angelo Martins Denicoli, morador de Colatina, foi exonerado do cargo de direção que ocupava no Ministério da Saúde. A demissão foi publicada no Diário Oficial da União no dia 7 deste mês. Denicoli havia sido nomeado pelo ex-titular da pasta Eduardo Pazuello em 18 de maio do ano passado.
O major fez parte de um grupo de nove militares que foram indicados por Pazuello, em um mesmo dia, para cargos estratégicos no ministério. Todos foram exonerados após Marcelo Queiroga, atual ministro, assumir o comando.
Dentre os nove, Denicoli foi o que ficou mais tempo no cargo. Enquanto os outros militares foram exonerados entre os meses de abril e início de maio, a exoneração do major, que vive em terras capixabas, foi publicada somente em junho.
Formado pela Academia Militar das Agulhas Negras, Angelo Denicoli ocupava o cargo de diretor do Departamento de Monitoramento e Avaliação do Sistema Único de Saúde, com um salário de R$ 13.623,39 brutos, segundo o Portal da Transparência. O nome dele ainda consta no site da instituição como responsável pela área.
Durante todo o período em que esteve no ministério, Denicoli manteve um discurso negacionista nas redes sociais. O militar defende o uso de medicamentos ineficazes como "tratamento precoce" para a Covid-19, posiciona-se contra medidas restritivas e compartilha publicações que criticam governadores e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), corroborando a narrativa bolsonarista de colocar os chefes de Executivos estaduais e ministros como adversários do presidente.
O militar também reproduz discursos críticos à Organização Mundial da Saúde (OMS), à imprensa e a políticos que fazem oposição ao governo. Por outro lado, é possível encontrar várias publicações com elogios ao governo federal e à gestão do ex-ministro Pazuello, quem o nomeou para o cargo.
No Facebook, Denicoli tem fotos ao lado de Bolsonaro desde 2015, em todas com legenda similar, referindo-se a Bolsonaro como presidente e apostando na campanha de 2018.
A reportagem tentou contato com Angelo Denicoli por telefone e mensagens, mas não teve respostas.
O Ministério da Saúde também foi procurado para responder sobre o motivo da exoneração e quem vai ocupar o lugar do militar, mas até a publicação deste texto não houve retorno.
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