O falecimento do vereador Cabo Porto (PSB), no último sábado, vítima de um grave acidente no Norte do Espírito Santo, fará a configuração das cadeiras na Câmara da Serra mudar a partir da próxima semana, mas sem alterações significativas nos membros.
Quem vai ficar com a vaga dele é o primeiro suplente do PSB, Fábio Latino. A informação é do presidente da Casa, Rodrigo Caldeira (Rede). Ele ainda não definiu a data da posse de Latino. Em 2016, o PSB não fez coligação na cidade e Latino teve 1.795 votos. Porto havia sido o 4º mais votado da Câmara, com 3.080 votos.
No entanto, Latino já está trabalhando na Câmara. No dia 3 de fevereiro, ele foi convocado para a vaga de Geraldinho Feu Rosa (sem partido), que foi afastado por decisão judicial após condenação por improbidade administrativa pela prática de rachid.
Na última sexta-feira (21), um dia antes da morte de Porto, Geraldinho obteve uma outra decisão que determinou que ele retornasse à Câmara. Latino, contudo, afirma que ainda não havia sido notificado. Oficialmente eu ainda não recebi nada, permaneço na Casa na vaga do Geraldinho. Acredito que essas providências vão ser tomadas na próxima semana, disse.
Desta forma, após todos os trâmites, Geraldinho deve retornar à sua vaga, e Latino deve ficar com a vaga de Porto. Em um eventual afastamento de algum deles, o próximo suplente do PSB agora passa a ser Marcos Tongo.
A morte de Cabo Porto também deixa alguns vácuos na política da Serra, conforme lideranças ressaltaram durante o velório do vereador. Oficialmente, Cabo Porto era candidato à reeleição pelo PSB.
No final de janeiro, o próprio Porto se posicionou desta forma, em reportagem de A Gazeta. No entanto, disse que não descartava a possibilidade de disputar a Prefeitura da Serra. "A política muda muito e eu recebi convite de três partidos diferentes para a eleição majoritária; mas não adianta eu querer e o povo não. Devo bater o martelo até abril", disse.
Nos bastidores, Porto era tido como um dos nomes que poderiam ser lançados pelo prefeito Audifax Barcelos (Rede) para a sucessão, já que ele sempre atuou como aliado do prefeito na Câmara, era visto como um político promissor, com boa penetração nas classes D/E, ligado à segurança pública e que representava o "novo", apesar de ter experiência na vida pública.
Na sexta-feira anterior ao acidente, o vereador esteve com o prefeito e secretários em uma reunião com a comunidade de Residencial Jacaraípe, e nela, Audifax chegou a afirmar que Porto era o seu candidato, de acordo com vídeos registrados no encontro.
Para isso, ele iria trocar de partido, e segundo lideranças próximas ao prefeito, deveria migrar para a Rede ou Republicanos. Já haveriam conversas adiantadas envolvendo Audifax, Porto e o grupo político do presidente da Assembleia, Erick Musso (Republicanos).
Outro fator que contribuía para a migração é que Porto já tinha tido atritos internos com o PSB por se identificar com as pautas bolsonaristas na política. Uma de suas bandeiras era a escola militar, por exemplo.
Agora, com a perda de Porto, Audifax deve recomeçar do zero as articulações para a escolha do candidato que receberá seu apoio, afirmam interlocutores.
Dentro do PSB, os dirigentes contavam a candidatura de Porto a vereador, inclusive porque a sigla já lançou o nome de Bruno Lamas (PSB) oficialmente como seu pré-candidato a prefeito, em eventos do partido.
Ubiratan Ferreira, membro do diretório municipal, afirma que o Porto não estava decidido sobre pré-candidatura a prefeito. Não havia nada de concreto. Ele era parceiro do Bruno Lamas, sempre foi apoiador dele, e dizia que viria à reeleição, apoiando o Bruno. Esteve no lançamento da pré-candidatura dele, há alguns dias. Também não falava em sair do partido para disputar, destaca.
Enquanto a possibilidade de disputar o Executivo não era dada como certa, a presença de Porto na chapa de vereadores do PSB era tida como importante para o partido.
Ele era um quadro muito importante, vereador atuante, com um grande potencial para uma boa votação por conta do legado de seu mandato. Sem ele, é claro que precisaremos nos reorganizar, pontuou a vice-prefeita Márcia Lamas (PSB).
No entanto, o partido já se organizava para montar uma chapa forte, segundo ela. O PSB não vai sentir tanto pelo fim das coligações, pois sempre priorizamos que o partido saísse sozinho, com uma chapa forte, e sempre fizemos de 2 a 3 vereadores. Já vínhamos construindo chapa há muito tempo. Mas é claro que sentiremos muito a falta dele, não só na chapa, mas na sociedade, afirmou.
A Prefeitura da Serra enviou para a Câmara um projeto de Lei para dar o nome Jucélio Nascimento Porto para a Arena Riviera, complexo cultural e esportivo que está em fase final de obras em Jacaraípe e deve ser inaugurado em maio deste ano. Outro projeto de lei com o mesmo teor, mas de autoria de todos os vereadores da Câmara, também foi protocolado.
O texto deve ser apreciado pelos vereadores nos próximos dias.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta