A deputada federal Lauriete deu mais um passo para se desfiliar do Partido Liberal (PL), partido que é dirigido no Espírito Santo por seu ex-marido, o ex-senador Magno Malta. O Ministério Público Eleitoral se manifestou pela procedência do pedido da parlamentar, ao reconhecer que há motivos suficientes para que ela possa deixar o partido sem perder o mandato na Câmara dos Deputados.
A ação de declaração de justa causa para desfiliação partidária foi apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no final de setembro. No processo, os advogados de Lauriete relatam que o clima dentro do partido entre ela e Magno Malta é insustentável e que a deputada enfrenta grave discriminação pessoal, ao não ser convocada para reuniões da sigla. Magno é presidente do diretório estadual do PL no Espírito Santo.
O Ministério Público entende que a situação é atípica e que o desenlace amoroso impactou também o relacionamento político entre a autora e seu ex-esposo - impacto este que reflete na definhante relação entre a requerente e o partido após o divórcio. O órgão ainda destaca que o cenário pode prejudicar Lauriete em possíveis formações de chapa para as eleições municipais, em 2020.
O Partido Liberal, ao ser ouvido pelo MP, disse que jamais houve alijamento da participação política de Lauriete nas atividades partidárias e destaca que a deputada foi indicada para participar do Movimento Nacional do PL Mulher depois do divórcio. A sigla aponta que o pedido de desfiliação se baseia no fato de Lauriete ter perdido a eleição para a presidência do PL no Espírito Santo.
Procurado pela reportagem nesta quinta-feira (12), Magno Malta disse que o partido trabalha pela eleição de todos os membros de maneira igual e que não comentaria sobre o parecer do MP, mas que vai respeitar a decisão que a Justiça tomar.
A deputada Lauriete informou, via assessoria, que só irá fazer qualquer manifestação sobre o processo após o desfecho na Justiça.
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