Após desistir de disputar o comando da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), o deputado Vandinho Leite (PSDB), afirmou que ficou surpreso com a participação do governador do Estado, Renato Casagrande, nas negociações em torno dos nomes que vão compor a chapa única. “Não esperava a entrada do governador, mas ele deve saber o que fez”, disse o tucano nesta quarta-feira (1º), durante a cerimônia de posse dos 30 parlamentares eleitos em outubro, na sede do Legislativo estadual.
A disputa pela presidência da Ales seria a primeira em 20 anos. Até terça-feira (31), Vandinho permanecia no pleito, que será realizado às 15h desta quarta, e contava com o apoio de integrantes da oposição ao governo – a maior parte das bancadas do PL e do Republicanos e os parlamentares mais bolsonaristas da Casa. Com o recuo de Vandinho, Marcelo Santos (Podemos), apoiado abertamente por Casagrande, agora comanda a chapa única.
A entrada do Palácio Anchieta nas negociações foi decisiva para a reviravolta, uma vez que deputados inicialmente simpáticos a Vandinho migraram para o lado do deputado do Podemos. “Ele [Casagrande] dizia que não iria interferir nesse nível, mas respeito a posição dele. Faz parte”, declarou o tucano nesta quarta.
Com o acordo, aliados do deputado do PSDB devem compor a chapa única. Segundo apuração da colunista de Política de A Gazeta Letícia Gonçalves, Hudson Leal (Republicanos) e Danilo Bahiense (PL) são os indicados para os postos de primeiro e segundo vice-presidentes.
Vandinho confirmou a “pacificação da eleição” durante a cerimônia de posse. “Está feita a composição, acolheram as reivindicações dos meus aliados. O primeiro e o segundo vices são aliados nossos e acho que vão contribuir para uma Casa equilibrada”, disse.
Vandinho negou que tenha feito qualquer reivindicação em seu nome, como participação em comissões, e afirmou que “vai tocar o mandato que o povo concedeu, com total autonomia e independência que se fazem necessárias no momento”.
Do mesmo partido do vice-governador, Ricardo Ferraço, Vandinho também negou que deva ser um representante da oposição ao governo na Assembleia. “Tenho maturidade necessária para entender o momento, a experiência. O Ricardo é um peso importante nesse processo para mim”, disse.
O comando do PSDB na Casa ainda é uma incógnita. O deputado antecipou que vai debater com Ricardo Ferraço e com a militância sobre a permanência no posto. “Minha ideia é não permanecer à frente do partido, mas eu vou discutir com as pessoas”, declarou.
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