Após a condenação do assassino confesso do ex-governador Gerson Camata, nesta quarta-feira (4), a viúva e ex-deputada federal Rita Camata afirmou não guardar mágoa. Ela considerou que a pena, de 28 anos de prisão imposta a Marcos Venicio Moreira Andrade, fez justiça ao caso. Gerson Camata foi morto com um tiro no dia 26 de dezembro de 2018 em uma calçada da Praia do Canto, em Vitória.
“Eu peço a Deus que ele (Marcos) tenha conforto, que ele possa refletir. Disse que não queria fazer o que fez… e que Deus o perdoe. O ser humano é um ser frágil. Agora, que o Camata merecia receber o que recebeu, não merecia. Mas não guardo mágoa no coração. Muita saudade e muito desejo que possamos viver mais em paz e em harmonia e que o ser humano seja menos vulnerável e a vida menos banalizada como é hoje", disse Rita, entre os filhos Enza e Bruno, no Fórum Criminal de Vitória, onde acompanhou parte do julgamento.
A ex-deputada disse acreditar que o crime foi premeditado, a despeito das alegações da defesa, contrárias a essa tese.
"Nós acreditamos que o Ministério Público e nossos advogados fizeram um bom trabalho, principalmente por conta da crueldade com que Gerson nos foi tirado tão precocemente, um homem que tanto fez pelo Estado. Pelo fim que ele teve, parecia um animal largado na sarjeta. Se fez Justiça. A gente se sente aliviado e agradecido a Deus pelos amigos, pela família, pelo apoio que nós temos recebido nesses momentos de tanta dor e sofrimento", complementou.
O crime ocorreu no dia seguinte ao Natal, em 26 de dezembro de 2018. Gerson Camata havia acabado de comprar um livro e cumprimentava conhecidos em uma calçada na Praia do Canto, em Vitória, quando foi abordado por Marcos Venicio, ex-assessor dele. Aos 77 anos, o ex-governador foi morto com um tiro, um crime que chocou o Espírito Santo.
Marcos Venicio foi detido em flagrante horas depois do assassinato e, no dia seguinte, a prisão foi convertida em preventiva. Ele é mantido no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Viana II.
Em 2019, o ex-assessor confessou o crime em interrogatório prestado ao juiz Felipe Bertrand Sardenberg Moulin, da 1ª Vara Criminal de Vitória. Na ocasião, afirmou que não premeditou o crime e que saber que tirou a vida do ex-chefe é uma “tortura diária”. "O presídio é muito duro, mas mais duro ainda é saber que tirei a vida dele", disse Marcos Venicio, de acordo com a transcrição das declarações prestadas por ele em juízo, na época.
Assessor de Camata por 20 anos, Marquinhos foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPES) pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.
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