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"Não olhei para a cara dele", diz Rita sobre assassino de Gerson Camata

"Não olhei para a cara dele", diz Rita sobre assassino de Gerson Camata

Marcos Venicio Moreira Andrade, que confessou ter matado o ex-governador, começou a ser julgado nesta terça-feira (3). Viúva da vítima, a ex-deputada Rita Camata também prestou depoimento

Publicado em 3 de agosto de 2021 às 19:36- Atualizado há 3 anos

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Rita Camata chega ao Fórum Criminal de Vitória para julgamento do assassino de Gerson Camata
Rita Camata chega ao Fórum Criminal de Vitória para julgamento do assassino de Gerson Camata. (Carlos Alberto Silva)

A viúva do ex-governador Gerson Camata, a ex-deputada federal Rita Camata, prestou depoimento nesta terça-feira (3) no primeiro dia do julgamento do assassino confesso do ex-governador, Marcos Venicio Moreira Andrade.

Ao sair do Fórum Criminal de Vitória, Rita reafirmou a confiança na condenação do réu, cujo destino vai ser definido por sete juradas. Já quanto a ter estado na mesma sala que Marcos Venicio, ex-assessor de Camata, ela disse que preferiu não olhar diretamente para o assassino.

"Não olhei para a cara dele. Foi uma pessoa que conviveu muito, comia na nossa mesa, participava das coisas que a gente vivia. E ele fazer o que fez, por nada, é muito triste, muito doloroso. Eu preferi não olhar para o rosto dele", contou, em entrevista coletiva.

Marcos Venicio está preso, preventivamente, desde o dia do crime, 26 de dezembro de 2018. 

Para a acusação, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), o homicídio foi premeditado e ocorreu por motivo torpe. Marcos Venicio culpava Camata por ter sido demitido de um cargo comissionado e por ter tido R$ 60 mil bloqueados na conta bancária.

Em 2009, Marcos Venicio acusou Gerson Camata, em entrevista ao jornal "O Globo", de prática de caixa dois e de rachid – ficar com parte dos salários dos próprios funcionários, quando senador. As acusações, no entanto, não foram provadas. 

Camata processou Marcos Venicio por danos morais e o Judiciário bloqueou a quantia no âmbito da ação. 

Já a defesa sustenta que o crime não foi premeditado e ocorreu movido por violenta emoção.

"Acredito na Justiça, no Ministério Público, nos nossos advogados. Pelo que vi, as testemunhas do acusado não têm o que dizer", afirmou Rita Camata.

O CRIME

O crime ocorreu no dia seguinte ao Natal, em 26 de dezembro de 2018. Gerson Camata havia acabado de comprar um livro e cumprimentava conhecidos em uma calçada na Praia do Canto, em Vitória, quando foi abordado por Marcos Venicio, ex-assessor dele. Aos 77 anos, o ex-governador foi morto com um tiro, um crime que chocou o Espírito Santo.

Marcos Venicio foi detido em flagrante horas depois do assassinato e, no dia seguinte, a prisão foi convertida em preventiva. Ele é mantido no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Viana II.

Em 2019, o ex-assessor confessou o crime em interrogatório prestado ao juiz Felipe Bertrand Sardenberg Moulin, da 1ª Vara Criminal de Vitória. Na ocasião, afirmou que não premeditou o crime e que saber que tirou a vida do ex-chefe é uma “tortura diária”. "O presídio é muito duro, mas mais duro ainda é saber que tirei a vida dele", disse Marcos Venicio, de acordo com a transcrição das declarações prestadas por ele em juízo.

Assessor de Camata por 20 anos, Marquinhos, como é conhecido, foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPES) pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Marcos Venicio relatou ao juiz que abordou a vítima para questionar sobre um processo judicial por danos morais movido por Camata, em que o ex-assessor teve cerca de R$ 60 mil na conta bancária bloqueados pela Justiça.

Ainda em 2019, o ex-assessor foi pronunciado – decisão para conduzi-lo a júri popular – pelo juiz Moulin. A decisão sobre a condenação ou não de Marcos Venicio vai ser tomada pelos jurados e a sentença será proferida pelo juiz de Direito.

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