Ex-presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Cris Samorini (PP) foi anunciada como vice de Lorenzo Pazolini (Republicanos) em agosto, na disputa pela reeleição na Capital. Meses depois, a dupla sagrou-se campeã no primeiro turno ocorrido em 6 de outubro. Em entrevista concedida ao videocast Papo de Eleições, de A Gazeta, a empresária avaliou como foi a vitória e disse que não terá papel de figurante na gestão municipal.
Logo após sair vitoriosa das urnas, Pazolini designou Samorini para coordenar a equipe de transição, medida que chamou a atenção, uma vez que o prefeito foi reeleito e não precisará passar o bastão para outro candidato. A empresária defendeu a medida e disse que é necessário fazer uma avaliação do que precisa ser aprimorado no município, trabalho no qual tem se dedicado neste momento, conversando com o secretariado atual.
“Eu não serei uma pessoa figurante, jamais, nem na área empresarial nem na parte pública, principalmente na pública, que eu posso talvez fazer muito mais do que eu fiz à frente de uma instituição que cuida de pessoas, que tem como objetivo fazer educação, saúde, etc”, afirmou a vice-prefeita eleita.
A chapa de Pazolini e Samorini venceu com 56,22% dos votos válidos em um cenário de dúvidas se haveria segundo turno na Capital e quem disputaria com o atual mandatário, se seria João Coser (PT) ou Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB). O petista terminou em segundo, com 15,62%, enquanto o tucano ficou em terceiro, com 12,46%.
Durante a entrevista, a empresária afirmou que sentia nas ruas um sentimento mais positivo do que as pesquisas demonstravam e que isso dava um certo conforto à campanha, mas não tranquilidade. “Conforto, assim: a gente está no caminho certo, as pessoas respondem muito bem àquilo que a gente está vendo como expectativa, mas não vamos considerar que está ganho, apesar de ter alguns sinais no início de resultados que eram positivos”.
Samorini ainda fez uma avaliação sobre o papel das mulheres na política, diante de um cenário com três vice-prefeitas eleitas nas quatro principais cidades da Região Metropolitana, mas com apenas duas mulheres eleitas para chefiar o Executivo em um Estado com 78 municípios.
“Muito se escutou por aí 'Mulher precisa aceitar parar de ser vice'. Para mim isso não faz a menor diferença, sinceramente, porque a escolha de ir para vida pública já foi uma etapa muito grande na minha vida, olhando eu enquanto setor empresarial, produtivo, que não caminhei em nenhuma disputa na vida na parte política”, afirmou.
“A disputa política ela tem muito mais elementos diferentes do que simplesmente você estar como protagonista ou não. Às vezes é melhor você estar nos bastidores, porque você pode fazer mais entregas. Então isso é muito bem resolvido. Acho que as mulheres têm que parar de aceitar entrar na política somente para ter uma ocupação de espaço. É necessário a gente ter cota, muito necessário, porque reforça um esforço de uma forma diferente. Mas as mulheres não podem aceitar entrar sem um combinado bem feito, para que seja no final um resultado efetivo”, avaliou Samorini.
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