A epidemiologista e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Ethel Maciel e o secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, são cotados para integrar o Ministério da Saúde no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo apuração do Estadão.
Lula confirmou nesta quinta-feira (22) que a presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, chefiará a pasta a partir de janeiro, mas, antes mesmo do anúncio, ela já analisava a possível composição de sua equipe no ministério, entre os quais aparecem os nomes de Ethel e Nésio.
Ethel se destacou com estudos sobre a Covid-19 durante a pandemia e é apontada nos bastidores como a favorita para chefiar a Secretaria de Vigilância Sanitária no Ministério da Saúde. O nome de Nésio, que também é presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), circula para assumir a Secretaria de Atenção Primária à Saúde.
Formado em Medicina em Cuba e filiado ao PCdoB, Nésio Fernandes integra desde o início de dezembro a equipe de transição do novo governo. Ele foi um dos protagonistas da gestão da pandemia de Covid-19 no Estado e, junto com o governador Renato Casagrande (PSB), sofreu críticas em relação às medidas adotadas.
Em março deste ano, o secretário assumiu a presidência do Conass. Ele é próximo de Humberto Costa, vice-líder do PT no Senado, que também é médico.
O titular estadual da Saúde pegou férias entre o primeiro e o segundo turno das eleições deste ano. Contudo, como era esperado, ele não volta para o posto de secretário estadual no ano que vem.
Nésio foi alvo de adversários de Casagrande durante a campanha. Os ataques tinham cunho ideológico, principalmente. Como apontou a colunista Letícia Gonçalves, alguns prefeitos, aliados do chefe do Executivo estadual, se insurgiram contra o secretário no segundo turno.
Na tarde desta quarta-feira (21), Casagrande anunciou que um economista do Rio Grande do Sul será o novo secretário de Estado da Saúde em 2023.
Etlhel Maciel é formada em Enfermagem, doutora em Epidemiologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro e pós-doutora em Epidemiologia pela Johns Hopkins University, no Estados Unidos. Foi uma das referências técnicas no país durante a pandemia de Covid-19.
Pesquisadora na área de tuberculose, a professora também integra o comitê técnico da Organização Mundial de Saúde (OMS) que auxilia os países com elevados índices de tuberculose a combater a doença.
Foi vice-reitora da Universidade Federal do Espírito Santo no período de 2013 a 2020 e reitora eleita para o quadriênio 2020-2024 na Ufes, mas não nomeada pelo Jair Bolsonaro (PL) — o presidente não seguiu o desejo dos eleitores em boa parte das universidades do país.
Ethel também é atuante da causa das mulheres na ciência e integra o Comitê Executivo da Rede Brasileira de Mulheres Cientistas.
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