Em Vitória, nesta segunda-feira (11), para um almoço com o governador Renato Casagrande (PSB), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou que o Brasil "poderia estar mais adiantado" na vacinação contra a Covid-19. Agora alinhado ao governo Bolsonaro, o senador não chegou, no entanto, a tecer críticas ao Ministério da Saúde. Pelo contrário, citou, em tom elogioso, o titular da pasta, Eduardo Pazuello.
"Acho que poderíamos estar mais adiantados em relação a esse processo de vacinação. O mundo viveu com a pandemia um baque que levou vidas de pessoas e afetou diretamente a economia, causando uma convulsão social que nós teremos no pós-pandemia em 2021", disse Alcolumbre, para em seguida complementar:
"Acho que essas questões burocráticas estão superadas. A fala do ministro Pazuello de compreender a importância da aquisição da vacina tanto do Butantan quanto da Fiocruz consolidam esse papel fundamental de organização que o governo federal tem que dar para a aquisição."
Apesar de ter mantido um posicionamento mais próximo ao governo federal no período à frente do Congresso, em comparação com acidez adotada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Alcolumbre foi alvo de ataques de bolsonaristas diversas vezes, inclusive durante manifestações de rua.
Agora, é cotado até para integrar o governo como ministro, uma opção que não descarta. "Hoje sou cabo eleitoral do senador Rodrigo Pacheco. O futuro a Deus pertence", assinalou, após ser questionado, em entrevista, se poderia integrar o governo Bolsonaro ou ser vice-presidente do Senado após a eleição da Mesa Diretora, em fevereiro.
Alcolumbre almoçou no Palácio Anchieta. Ele trouxe também o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e a eleição da Mesa Diretora do Senado foi o principal tema debatido. Pacheco é o candidato de Alcolumbre na eleição para a presidência da Casa. O representante de Minas Gerais também conta com o apoio do presidente Jair Bolsoanaro (sem partido). E até do PT.
Conta, também, com a simpatia de Casagrande. "Receber a visita foi importante para nós porque a história de Rodrigo Pacheco foi uma história de defesa das instituições democráticas, de quem conhece o valor da democracia, e isso nos interessa muito no mundo e no Brasil", afirmou o governador. O socialista é membro da Executiva nacional do PSB, mas negou que as tratativas tenham sido feitas em busca de apoio partidário.
"Minha conversa aqui é mais como governador e na relação com os senadores, Marcos do Val, Fabiano Contarato e Rose de Freitas. Eles têm total autonomia, mas acredito que a gente pode fazer reflexões por eles aqui. É mais um papel de governador do que de dirigente partidário", afirmou.
O Espírito Santo, assim como os demais Estados, tem três senadores. Apenas Marcos do Val (Podemos) esteve no almoço. Fabiano Contarato (Rede) não foi ao encontro porque perdeu um familiar para o coronavírus nesta segunda-feira e Rose de Freitas (sem partido) informou que está em isolamento desde o início da pandemia e, por isso, não comparece a encontros presenciais.
Rose está em negociação para voltar ao MDB, partido em que passou longos anos de sua carreira política. O principal grupo que se articula para lançar um candidato que dispute a cadeira com Pacheco é formado pelo MDB na Casa.
O candidato que conta com o apoio de Alcolumbre encheu o atual presidente de elogios, assim como fez em relação ao governador Casagrande. Pacheco também aproveitou para acenar para os senadores capixabas, dizendo que "ouvir os senadores do Espírito Santo é fundamental para a nossa caminhada".
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