Em evento que sinalizou a preparação de terrenos para as próximas eleições, o apresentador da TV Globo Luciano Huck veio ao Espírito Santo nesta quarta-feira (14) e, em discurso, fez críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PSL). Para o global, a gestão não representa renovação e "um novo roteiro" para o país precisa ser escrito.
"Com todo respeito a esse governo. Esse governo foi eleito de maneira democrática. Mas eu não acredito que a gente está vivendo o primeiro capítulo da renovação. Para mim, a gente está vivendo o último capítulo daquilo que não deu certo", frisou.
Em outra crítica ao presidente, citou uma de suas andanças pelo Brasil, mais precisamente na divisa entre Minas Gerais e Bahia, para dar o testemunho de que conheceu brasileiros que passam fome. Em julho, o presidente disse que ser "uma grande mentira" dizer que existem pessoas que não tenham o que comer.
"As pessoas passam fome. Não vi em uma casa. Em dezenas, centenas de casas. E tem gente que diz que não se passa fome no Brasil. Não tá vendo? No Brasil, tem 7 milhões de brasileiros que vivem com menos de R$ 2 por dia. É justo? Não é", afirmou Huck, em Vila Velha.
Huck estava ladeado pelo ex-governador Paulo Hartung (sem partido), por Eduardo Mufarej, fundador do RenovaBR, movimento patrocinado pelo apresentador, e por Tayana Dantas, gestora da Universidade de Vila Velha (UVV), principal realizadora do evento que trouxe o apresentador ao Estado.
Em 2018, Luciano Huck ganhou destaque no debate político nacional e teve o nome cogitado para candidatura à presidência da República. Hartung, o "mestre Myiagi" dele, foi cotado para vice ou membro do alto escalão de um possível governo. Acabou não entrando na briga. Agora, volta a ser lembrado como presidenciável em 2022.
PARTICIPAÇÃO
No discurso, Huck misturou suas impressões sobre histórias de pessoas que conhece por conta do seu programa televisivo com incômodo com um país que nunca alcança o futuro que se promete. Ele não chegou a mencionar candidatura, mas avisou que não quer ser passageiro "de um Brasil cada vez mais desigual" e que "não tem projeto".
"A gente pode juntar todos os filantropos, todas o terceiro setor, a mídia, juntar quem quiser. A gente pode dobrar 0,2% o PIB de doações, mas não vai mexer no tamanho da desigualdade. Quem tem o poder de mexer é o governo. E o governo é gerido por políticos. Então, a nossa geração precisa qualificar os políticos", disse.
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