A punição dos deputados federais do PSB por conta da voto a favor da reforma da Previdência, com suspensão das prerrogativas partidárias em suas atividades na Câmara dos Deputados, deve ser vista como "página virada", mesmo que implique na provável saída de parlamentares da sigla. Esta é a posição do presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, que esteve no Espírito Santo nesta sexta-feira (27) para participar de um seminário promovido pela fundação da sigla, a João Mangabeira.
Deputados federais pelo Espírito Santo, Felipe Rigoni e Ted Conti estiveram entre os nove suspensos das atividades parlamentares por este motivo. Além disso, o partido decidiu expulsar Átila Lira (PSB-PI). Rigoni já declarou que diante desta punição, que é de um ano, ele irá entrar na Justiça para pedir sua desfiliação do partido por justa causa.
Mesmo com essa possibilidade, a sigla não deve voltar a debater o assunto, segundo Siqueira. "Para mim isso é uma página virada no âmbito do PSB. Diálogo nunca faltou, nem nunca faltará, mas tem que ser em torno das ideias que são próprias do nosso partido. Estamos sempre à disposição para dialogar, sempre que formos procurados. Quanto a permanecer ou não no partido, a decisão é de cada pessoa, não é do partido", afirmou.
MANDATOS
Questionado sobre a possibilidade de o PSB reivindicar o mandato desses parlamentares que tentarem se desfiliar, Siqueira contornou. "Não estamos cogitando a saída, nem queremos a saída de ninguém, o partido não está mandando ninguém embora. É uma decisão de cada pessoa, se filiar ou desfiliar".
O deputado Felipe Rigoni afirmou, por meio de sua assessoria, que segue decidido em sair do PSB, e ainda não há definição de partido. A ação com o pedido de desfiliação ainda segue em elaboração, por seus advogados.
GOVERNO BOLSONARO
Siqueira ressaltou que a linha de manter os posicionamentos do partido firmes é importante, já que está declaradamente na oposição ao governo Bolsonaro. "O que nos interessa são políticas públicas que sirvam à população, especialmente aquela que mais depende dessas políticas", declarou.
"Não somos uma oposição sistemática, o partido está sempre aberto ao diálogo. Mas pensamos diametralmente o oposto do atual presidente, portanto não faz sentido estar apoiando o governo dele."
Apesar disso, os parlamentares do partido têm a liberdade de se manifestar livremente em determinadas matérias, segundo o presidente nacional. "No pacote anticrime, o PSB nunca fechou questão, tem apreciação crítica sobre alguns pontos, e é favorável sobre outros. Há muitas matérias que o partido não interfere. Mas há matérias que ferem certos princípios do partido. As que não tem esse caráter, o membros são livres para deliberar", disse.
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