Em Vitória para um debate promovido pelo Instituto Líderes do Amanhã, nesta quinta-feira (31), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pregou "fortalecimento das instituições democráticas" diante de "mudanças que geram instabilidade".
As declarações foram feitas durante as considerações iniciais do debate, do qual participaram também o governador Renato Casagrande e o deputado federal Felipe Rigoni - ambos do PSB.
"O Brasil vive momento onde a revolução tecnológica tem trazido coisas muito importantes, mas também muitas dúvidas em relação ao futuro. Uma delas é a contestação permanente da nossa democracia. Alguns movimentos têm resultado em mudanças, muitas vezes em mudanças que não geram ainda uma solução, geram instabilidade. Acredito que o nosso papel, da política, é construir o fortalecimento das instituições democráticas nesse ambiente de tanta mudança, disse.
Maia não mencionou a polêmica suscitada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), que mencionou a possibilidade de um "novo AI-5" como resposta a uma "radicalização da esquerda".
Em entrevista coletiva concedida em Vitória, Mais não quis comentar o episódio porque já havia se manifestado por nota.
O presidente da Câmara evitou indiretas ao governo de Bolsonaro. Não acredita que a sequência de polêmicas criadas pelo próprio governo sejam capazes de prejudicar a agenda reformista e a imagem do país. Ele minimizou os embates domésticos citando exemplos de intolerância e radicalismo no mundo.
"Essa questão do radicalismo, principalmente nas redes sociais, não é monopólio brasileiro. Temos a questão do Brexit, tem o movimento na Espanha, onde até hoje não se formou o governo, nos Estados Unidos também tem esse processo. Esses movimentos de mudança, com toda essa revolução tecnológica, têm muita competência para tirar algo do lugar, mas têm muita dificuldade para construir algo sólido no lugar", comentou.
O governador Renato Casagrande marcou posição contrária. Para ele, há, sim, prejuízos à imagem do Brasil quando o governo federal comete equívocos e levanta polêmicas. "O brasileiro, de forma geral, meio que incorporou o jeito de Bolsonaro e família governarem, mas não dá para desconsiderar. Mesmo que não esteja aparentemente Bolsa, dólar, taxa de juros, a imagem lá para fora fica ruim", disse.
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