Após a devastação de algumas cidades no Sul do Espírito Santo devido às fortes chuvas que deixaram dez mortos e 14.765 desabrigados ou desalojados , capixabas têm cobrado nas redes sociais que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), visite o Estado para acompanhar e ajudar na reconstrução dos municípios atingidos. O Planalto informou, no entanto, que não há previsão de visita do presidente ao Espírito Santo no momento. Nesta quinta-feira (30), ele viaja para Minas Gerais para fazer um sobrevoo por regiões atingidas pelas chuvas, onde foram contabilizadas 55 mortes e 53.188 pessoas obrigadas a sair de suas casas.
"Até o momento, não há previsão de visita do Presidente da República ao ES", diz a nota encaminhada no final da manhã desta quinta-feira pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República. O governo do Espírito Santo também afirmou que não foi comunicado sobre a presença de Bolsonaro no Estado.
O apelo pela vinda de Bolsonaro ganhou o coro da bancada capixaba na Câmara dos Deputados. O deputado federal Evair de Melo (PP) publicou em suas redes que conversou com o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, pedindo a presença do presidente.
A deputada federal Soraya Manato (PSL) já havia enviado na última quinta-feira (23) um ofício ao Planalto solicitando uma visita do presidente no Estado.
No último domingo (26), após novas pancadas de chuva e o agravamento da situação, com mais vítimas e cidades atingidas, o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, antecipou sua vinda ao Estado. A visita estava programada inicialmente para acontecer só na terça-feira (28).
Os primeiros estragos causados pela chuva neste ano aconteceram na madrugada do dia 17 e manhã do dia 18, quando foram contabilizados seis óbitos, além da destruição de "100% do comércio de Iconha". Desde então, o presidente saiu de Brasília em duas oportunidades.
A primeira viagem foi no dia 20, uma segunda-feira, quando esteve no Rio de Janeiro e se reuniu com o prefeito da capital fluminense, Marcelo Crivella (Republicanos), e a atriz Regina Duarte, que, na ocasião, conversou com o presidente sobre o convite para assumir a Secretaria Especial de Cultura.
Bolsonaro viajou novamente na quinta-feira (23) para a Índia, a convite do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. Lá, o presidente participou das comemorações do Dia da República indiano e de encontros com empresários dos dois países. Ele voltou ao Brasil na última terça-feira (28) e vai a Minas Gerais na tarde desta quinta.
Nas redes sociais, capixabas têm cobrado o presidente: "Minas e Espírito Santo debaixo d'água e até agora não vi o presidente demonstrar preocupação com a desgraça que atinge estes dois Estados. Nem cogitou a possibilidade de uma visita", escreveu o usuário @jorgetemer no Twitter. "Botar o pé na lama ele não quer", disse Cely Ferreira Lima, em resposta a matérias postadas nas redes de A Gazeta. "O mesmo mito que abandonou o Estado em calamidade?", comentou Rubia Ferreira no Facebook em resposta a um defensor do presidente, que o chamou de mito.
Em dezembro de 2013, a então presidente Dilma Rousseff (PT) também foi criticada por demorar a ir até os locais mais afetados. Na época, 52 municípios foram afetados e 23 pessoas morreram no Estado. Os problemas começaram a se intensificar no dia 16 de dezembro daquele ano, com as primeiras mortes sendo registradas a partir do dia 18. A presidente sobrevoou o Estado no dia 24 daquele mês.
O governo federal disponibilizou R$ 90 milhões para ajudar os municípios que enfrentam dificuldades por conta das enchentes. Por meio do Ministério da Cidadania, também foram antecipados o pagamento do Bolsa Família para os beneficiários atingidos e o saque do FGTS.
A reportagem de A Gazeta questionou o Planalto se o presidente planeja vir ao Estado nos próximos dias ou se considera ter sido suficiente a visita do ministro Gustavo Canuto. Em nota, a assessoria limitou-se a dizer que, no momento, "não há previsão" da visita do presidente em território capixaba.
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