Nomeado procurador-chefe do Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF-ES) pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, o procurador da República Edmar Gomes Machado, de 54 anos, já atuou no Estado no combate ao crime organizado num período conturbado.
Em 2004, a notícia de que ele e outros dois procuradores seriam promovidos e deixariam as funções causou certa comoção. Machado atuou, por exemplo, no acompanhamento das cooperativas médicas que prestavam serviço ao governo do Estado, caso rumoroso na época.
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Além de Machado, a transferência dos procuradores da República Alexandre Espinosa Bravo Barbosa e Henrique Herkenhoff para outros Estados também causava preocupação, inclusive no Fórum Reage Espírito Santo, ONG que pregava o combate à corrupção e ao crime organizado, como registra o jornal A Gazeta de 23 de dezembro de 2003. A saída dos três estava marcada para fevereiro do ano seguinte. É que eles haviam sido promovidos.
Mas Machado acabou ficando, desistiu da promoção e permaneceu no Estado até 2006. Depois, já um nível acima na carreira, atuou em Brasília, na Procuradoria Regional da República da 1ª Região.
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Em 2017, no entanto, ele abriu mão da promoção para voltar ao Espírito Santo. Os membros do Ministério Público Federal ingressam na carreira como procuradores da República. Quando promovidos, tornam-se procuradores regionais. O terceiro e último cargo da carreira é o de subprocurador-geral da República. Machado, assim, deixou de ser procurador regional da República e voltou a ser procurador da República.
"Além das questões pessoais e da proximidade com a família, o que pesou foi minha maior identificação com a atuação na primeira instância, afirmou o procurador, por meio da assessoria de imprensa do MPF.
Sobre o atual procurador-geral da República, Machado informou que teve com ele contatos apenas de maneira institucional e pontual, na época em que o então subprocurador era coordenador da 1ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, que trata de temas relacionados ao Direito Social e Fiscalização de Atos Administrativos em Geral, por exemplo.
Já com a ex-procuradora-geral Raquel Dodge, o contato se deu quando ela era coordenadora do Grupo Nacional de Saúde do MPF, quando ela ainda era procuradora regional da república e ele atuava na área de saúde em São Paulo. Dodge também atuou no Espírito Santo, integrou a missão especial de combate ao crime organizado, que deixou ainda em 2002, coincidentemente, quando da chegada de Machado ao Estado.
Herkenhoff, que trabalhou com Machado no início dos anos 2000, lembra do ex-colega de MPF como "uma pessoa inteligente, ativa, muito focada no trabalho". "A gente batia bola em todas as áreas, todo mundo fazia judicial, criminal ... Não havia pessoal suficiente para separar", comentou, ao ser questionado se a atividade de Machado era mais voltada à área da saúde.
"Foi uma época que agente precisou contar muito com todo mundo. Era muito trabalho, estresse. Mas fomos adiante", conta. O próprio Herkenhoff também não está mais no MPF, deixou o órgão em 2007, quando tornou-se desembargador federal. Também deixou esse cargo ao pedir exoneração para assumir a Secretaria de Estado da Segurança Pública, em 2010. Hoje atua como advogado.
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