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O que bomba nas redes sociais de candidatos ao Senado e ao governo do ES

O que bomba nas redes sociais de candidatos ao Senado e ao governo do ES

Facebook, Instagram e Twitter são plataformas bastante usadas pelos políticos, porém o engajamento nem sempre é o esperado; confira

Publicado em 19 de setembro de 2022 às 20:11- Atualizado há 2 anos

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Redes sociais ganham cada vez mais relevância nas estratégias de campanha
Redes sociais ganham cada vez mais relevância nas estratégias de campanha. (Raw Pixel/ Pixabay)

Levantamento recente apontou que 76% da população no país busca se informar pelas redes sociais. Não é de se surpreender, portanto, que os candidatos nas eleições de outubro tenham levado suas propostas para as plataformas a fim de alcançar mais eleitores com suas ideias.  Mas será que eles conseguem engajamento, quer dizer, têm seguidores e pessoas realmente curtindo o que publicam? O que será que "bomba" nas redes dos que estão na disputa ao Senado e ao governo no Espírito Santo?

Na eleição geral passada, o Facebook era a principal plataforma usada pelos políticos. Hoje, a rede tem um público preferencialmente com faixa etária dos 50 anos ou mais, e alcançar outros perfis exige dos candidatos também navegar por outras redes. Para descobrir se a disputa eleitoral tem a adesão desejada, A Gazeta acompanhou as postagens de quem está concorrendo ao Senado e ao governo no Facebook, no Instagram e no Twitter, a partir do dia 16 de agosto, quando a campanha foi liberada, até o dia 9 de setembro. 

Nessas redes, que são bastante usadas pelos políticos, alguns até publicam propostas, mas, pelo menos até o momento, não são os projetos para o Estado que têm feito os candidatos ganharem mais curtidas. O interesse do público varia muito e, a depender do tamanho da sua base de fãs, a repercussão nas redes pode ser maior ou menor. 

Para avaliar a performance dos candidatos no Facebook e no Instagram, foi usada a ferramenta Crowdtangle, com a qual é possível identificar os posts que apresentam melhor desempenho em determinados períodos. No Twitter, o recurso utilizado foi a busca avançada para concentrar todas as postagens do perfil analisado. 

Entre todos os candidatos verificados, o ex-senador Magno Malta (PL), que pretende retornar ao Senado Federal, é o que reúne mais seguidores e, naturalmente, esses milhares de fãs acabam lhe assegurando bom desempenho quando faz quaisquer postagens. Os números são superlativos: mais de 992 mil pessoas o acompanham no Twitter, 1,4 milhão estão com o candidato no Instagram e nada menos que 2,1 milhões o seguem pelo Facebook. Na eleição passada, em 2018, ele já tinha mais de 1,5 milhão de seguidores nesta plataforma e ainda aumentou sua base em mais de 30%. 

No primeiro dia de campanha, em 16 de agosto, Malta fez posts simples no Instagram, imitando os antigos "santinhos" de papel. Um dele sozinho, outro com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais um que também tinha a imagem de Carlos Manato (PL), candidato ao governo do Estado. 

Desde aquela data, foram as postagens que apresentaram melhor performance. Na companhia apenas do presidente, alcançou mais curtidas — 37,2 mil e 1,5 mil comentários. Esse post teve um desempenho seis vezes maior que o esperado.

Colar a sua imagem à de Bolsonaro, a propósito, é uma estratégia que tem surtido efeito nas redes. No Twitter e no Facebook, os três posts com mais engajamento, em cada uma das plataformas, tinham relação com o presidente. O melhor aproveitamento foi do vídeo em que o ex-senador critica a condução da entrevista de Bolsonaro no Jornal Nacional, no dia 22 de agosto. Foram mais de 451 mil visualizações, com 56 mil curtidas no Facebook — um desempenho 28 vezes superior ao previsto.  

E A RAINHA MORREU

Dos concorrentes à cadeira no Senado, Nelson Junior (Avante) também tem uma base de seguidores significativa. Com um perfil conservador e idealizador do movimento "Eu escolhi esperar", que prega a abstinência sexual antes do casamento, o candidato trata bastante de temas religiosos. Mas sabe o que bombou nas redes dele? Nada a ver com sua candidatura ou pautas ideológicas.  Foi a postagem sobre a morte da rainha Elizabeth II, no dia 8 de setembro, que superou 7 mil curtidas no Instagram. O santinho virtual, na sequência, alcançou 6,3 mil.  Já no Twitter e no Facebook, o desempenho dele não é tão expressivo. 

Política tradicional, com uma trajetória de 40 anos de vida pública, Rose de Freitas (MDB) não tem demonstrado uma boa performance nas redes sociais. Sua bandeira de atuação municipalista, que se espraia por todo o Estado, não encontra paralelo nas plataformas digitais. O retorno para suas postagens é tímido, embora tenha alguns milhares de seguidores: 10,4 mil no Instagram, 22,3 mil no Twitter e 23,7 mil no Facebook.  O post que teve maior engajamento, no último dia 26, foi o que justamente abordou seu trabalho voltado para os municípios. Foram apenas 329 curtidas. 

Também já bastante conhecido no reduto político, o presidente da Assembleia LegislativaErick Musso (Republicanos), surpreende porque, mesmo sendo um candidato jovem, não tem muito apelo nas redes sociais. No Instagram, no qual 33,3 mil pessoas seguem o seu perfil. A postagem com melhor desempenho, que mostrava foto de caminhada pela Serra num ato de campanha no dia 26 de agosto, conseguiu 1,1 mil curtidas. No Facebook e no Twitter, o engajamento nos posts não passa de poucas dezenas de fãs. 

Gilberto Campos (Psol) faz uma campanha destacando que a sua candidatura é a opção de esquerda para o Senado no Espírito Santo, mas esse mote não está conseguindo muita adesão. O post com mais envolvimento foi do primeiro dia de campanha e recebeu 285 curtidas no Instagram. A baixa eficiência no Facebook acaba deixando a página fora do alcance de análise da ferramenta crowdtangle. O candidato não está no Twitter. 

Filipe Skiter, do PSTU, também não tem alcance expressivo nas plataformas, enquanto Idalécio Carone (Agir), Coronel Lugato (DC) e Antônio Bungestab (PRTB) não registraram perfis de redes sociais junto à Justiça Eleitoral. 

GOVERNO DO ES

Entre os que disputam o governo do Estado, Manato se revela com mais seguidores. No Facebook, onde se encontram 244 mil, as postagens sobre manifestações do dia 7 de setembro tiveram mais engajamento. Mas, assim como o candidato ao Senado Magno Malta, são as publicações em que Bolsonaro aparece ou é mencionado que repercutem melhor na base de fãs. 

No dia 18 de agosto, no Instagram, o candidato publicou: "No Espírito Santo, Bolsonaro é Manato" com foto dos dois juntos. Foram 16,8 mil curtidas. A equipe de campanha deve ter gostado do resultado, diante de outras performances menos relevantes, e repetiu o post no dia 29, com outro cenário ao fundo.  Desta vez, foram menos curtidas: 8,9 mil. Mas, ainda assim, 30 vezes superior ao esperado. 

O governador Renato Casagrande (PSB), candidato à reeleição, também tem um volume significativo de seguidores nas redes sociais.  Mas não são as realizações da sua administração ou os projetos para um eventual novo mandato que recebem mais engajamento. 

No Facebook, onde está a maior base do socialista (194 mil), o post que conseguiu mais interação do público foi o de felicitações ao estudante Igor Pinheiro, que ganhou a disputa no quadro "Pequenos Gênios", no programa Domingão, de Luciano Huck, na TV Globo. Essa postagem, de 21 de agosto, recebeu 1,1 mil curtidas.  Dois dias depois, o segundo melhor aproveitamento: a nota de pesar pela morte de Dom Luiz Mancilha, arcebispo emérito de Vitória. 

O Instagram do governador tem um pouco menos de seguidores (188 mil), porém um pouco mais de engajamento. E os posts com mais interação têm conotação política, diferentemente da rede vizinha. No dia 16 de agosto, postagem sobre o início da campanha obteve 7,1 mil curtidas e outro post, com o mesmo tema em vídeo, conseguiu 11,8 mil visualizações. Já no dia 2 de setembro, foi o resultado da pesquisa Ipec, encomendada pela TV Gazeta, que garantiu a Casagrande 5,9 mil curtidas. 

Candidato do PSD, Guerino Zanon tem conseguido alcançar o público com algumas de suas postagens, embora não tenha uma base tão grande. No Facebook de 16,4 mil seguidores, praticamente um terço curtiu um post de 19 de agosto sobre o Dia do Ciclista. Naquela data, ele falou sobre seu compromisso de investir em mais ciclovias no Estado e obteve 5,7 mil curtidas — performance 37 vezes superior ao estimado. No dia 21, foram outros 2,5 mil likes com a postagem sobre mudar quem está no poder. 

No Instagram, a interação é um pouco menor numa base de 31,7 mil seguidores. A publicação com melhor desempenho, no dia 30 de agosto, tratava do resultado de uma pesquisa no Norte do Estado em que Zanon aparecia em segundo lugar, muito próximo de Casagrande, em primeiro. Foram 1,4 mil curtidas. 

As postagens de Audifax Barcelos (Rede) com maior apelo na internet são as mais pessoais. No Facebook, onde reúne 45,7 mil seguidores, foram 2 mil visualizações de um vídeo do candidato tocando trombone e outras 1,4 mil dele conversando com sua vice, tenente Andresa, sobre o período em que ficou internado na UTI e quase morreu. No Instagram, o post que teve melhor resultado foi do início da campanha, com uma foto dos dois, e recebeu mais de 880 curtidas. Ele não tem Twitter. 

Um vídeo de campanha do Aridelmo Teixeira (Novo), publicado no Facebook no dia 26 de agosto, bombou em "views". Teve 110 mil visualizações, porém não houve tanto engajamento. Apenas 43 pessoas curtiram. 

Até o momento, as publicações do Capitão Vinicius (PSTU) e Claudio Paiva (PRTB), ambos com Facebook e Instagram, não tiveram alcance expressivo. 

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