No depoimento prestado à Polícia Federal (PF) no dia 2 de fevereiro, o senador do Espírito Santo Marcos do Val (Podemos) afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em nenhum momento “negou ou mostrou contrariedade ao plano” proposto pelo ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) para gravar conversa com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes a fim de permitir um golpe de Estado e a permanência de Bolsonaro no poder.
Os detalhes estão em documento obtido por A Gazeta com o conteúdo completo do depoimento prestado por Do Val, que pode ser conferido mais abaixo.
O senador capixaba foi convidado a prestar depoimento à PF depois de fazer uma live (transmissão ao vivo) em suas redes sociais em que citou a reunião que participou no dia 9 de dezembro de 2022 com Silveira e Bolsonaro para tratar do assunto. Nas suas redes ele revelou detalhes sobre entrevista concedida à revista Veja.
Desde que o assunto veio à tona, o senador deu várias versões e mudou alguns detalhes sobre a participação de Bolsonaro e o local da reunião, por exemplo, o que motivou inclusive a abertura de inquérito por Moraes contra o senador. Em entrevista à revista Veja, ele revelou a existência do plano para prender o ministro Alexandre de Moraes, anular as eleições e impedir a posse de Lula. Ele ainda disse que teria ouvido detalhes da trama diretamente da boca do ex-presidente, em reunião no Palácio da Alvorada.
Já no depoimento à PF, afirmou que a palavra golpe não foi pronunciada e que, em determinado momento do encontro, “Daniel Silveira perguntou se o depoente cumpriria uma missão importantíssima; se gravaria uma conversa com o ministro Alexandre de Moraes, e se conduziria a conversa de maneira que o ministro falasse algo no sentido de ultrapassar as quatro linhas da Constituição”.
Em seguida, relatou que “durante toda a conversa o ex-presidente manteve-se calado; que a sensação que teve era que o ex-presidente não sabia do assunto, e que Daniel Silveira buscava obter o consentimento tanto do depoente como do presidente; que em nenhum momento o ex-presidente negou o plano ou mostrou contrariedade ao plano, mantendo-se em silêncio”.
O senador ainda disse no depoimento que “não tem ideia do porquê escolheram o depoente o depoente para essa missão; que acredita que alguém deve ter dito a Daniel Silveira que o depoente mantinha contato com o ministro Alexandre de Moraes em decorrência de demandas do Ministério Público do Espírito Santo”.
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