O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a criticar a estrutura das carreiras do serviço público e a defender uma reforma administrativa. Em debate durante evento nesta quinta-feira (31), em Vitória, reclamou dos mecanismos que permitem a remuneração dos servidores públicos a chegar rapidamente ao teto do funcionalismo.
Maia disse que o quadro é semelhante nos três Poderes federais. Ele defende que as carreiras tenham critérios para remuneração ao longo dos anos. "Tem que ter uma carreira. Ninguém pode chegar a R$ 30 mil em cinco anos. Tem que chegar ao longo de 20 anos", comentou, antes de complementar:
"Qual é o objetivo do servidor público hoje? O extrateto. Pode o servidor público ganhar produtividade sobre o que produz? Precisa o auditor fiscal ganhar produtividade? Como todo mundo está perto do teto, o extrateto é o objetivo. Temos que ter um Estado em que salário inicial comece mais baixo e, provando mérito, eficiência, melhoria da podutividade, ele mereça depois de 20 ou 25 anos, ganhar R$ 30 mil", frisou.
Hoje, o teto do funcionalismo é R$ 39,2 mil, equivalente ao salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Os mecanismos que descontam remunerações acima desse valor não englobam algumas verbas, como as indenizatórias e alguns tipos de bônus.
O presidente da Câmara também defendeu salários iniciais semelhantes nos diferentes Poderes para que o Estado não sofra com desfalques por conta da migração de servidores.
"A questão da reforma administrativa tem que ser baseada na reforma dos três Poderes. Os salários precisam ser no mesmo patamar. Às vezes o servidor faz concurso para uma carreira, aí depois sai dali e pula para cá. Abre uma vaga, e quanto custa o concurso público? Algumas carreiras estimulam esse tipo de mudança", frisou.
Maia esteve em Vitória nesta quinta-feira (31) para o 7º Fórum Liberdade e Democracia, do Instituto Líderes do Amanhã. No evento, defendeu o fortalecimento das instituições democráticas, elogiou a safra de novos congressistas e evitou comentar a defesa de um "novo AI-5" feita por Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ).
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