Onze partidos que lançaram candidatos a prefeito no Espírito Santo, nas Eleições 2024, não conseguiram eleger nenhum chefe do Executivo municipal. A lista inclui partidos menores, como Agir, Mobiliza e PMB, mas também o PT, que é uma legenda mais consolidada e está no comando da Presidência da República, com Luiz Inácio Lula da Silva.
Os dados foram obtidos a partir de um cruzamento feito por A Gazeta utilizando a lista com a quantidade de candidatos lançados por partido e o levantamento que mostrou quantos prefeitos foram eleitos no Estado no 1º turno do pleito ocorrido em 6 de outubro.
Dos 37 candidatos do PSB que concorreram, em 78 municípios, 22 foram eleitos. Assim, a legenda terminou a eleição como a que mais vai comandar prefeituras capixabas a partir de 2025. Na sequência, aparece o Progressistas (PP), com 12 eleitos, seguido do Podemos, com 11.
No outro extremo da lista, aparecem os partidos que não elegeram nenhum prefeito: Agir, Avante, DC, Mobiliza, Novo, PCdoB, PMB, PRTB, Psol, PT e PV.
O professor de História Felipe Savelli , pesquisador e membro do Laboratório de História das Interações Políticas Institucionais da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), afirma que alguns partidos que não conseguiram emplacar nenhum prefeito lançaram candidatos, em alguns casos, apenas para impulsionar as chapas de vereadores.
“Muitos partidos, nacionalmente, liberam mais recursos quando têm candidatos à prefeitura. Logo, isso força algumas candidaturas a acontecer mesmo sem ter chance alguma. Portanto, muitas dessas candidaturas foram para preencher chapas. Não eram candidaturas fortes e competitivas”, avalia.
Mesmo com Lula na presidência e tendo lançado 19 candidatos, o PT, pela segunda eleição municipal consecutiva, não conseguiu emplacar nenhum prefeito no Espírito Santo.
O historiador destaca que o fato de Lula ter sido eleito não necessariamente reduz a rejeição ao partido ou melhore seus resultados nos municípios.
“É necessário que o partido melhore suas leituras, no sentido de buscar compreender que o antipetismo ainda existe juntamente com a eleição de Lula. Não é porque ele ganhou que não existe mais rejeição. Tudo isso deve ser posto na balança. Falta essa percepção em entender que a crise no campo da esquerda não acabou”, observa Felipe.
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