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Operação que prendeu secretário do DF cumpriu mandado em Cachoeiro

Operação que prendeu secretário do DF cumpriu mandado em Cachoeiro

Ministério Público investiga superfaturamento na compra de testes para diagnóstico de Covid-19 no Distrito Federal. Mandado de busca e apreensão foi em uma empresa em Cachoeiro de Itapemirim

Publicado em 25 de agosto de 2020 às 21:39

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Agente de saúde coletará uma pequena quantidade de sangue para realizar o teste rápido nas residências
DF pagou R$ 125 por cada teste, enquanto outros órgãos pagaram R$ 18 pelo mesmo produto. (Divulgação)

Um dos mandados de busca e apreensão da Operação Falso Negativo, que investiga supostas irregularidades na compra de testes para o diagnóstico da Covid-19 na Secretaria de Saúde do Distrito Federal, foi cumprido nesta terça-feira (25) em Cachoeiro de Itapemirim, de acordo com o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), que participou da ação por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

De acordo com o portal G1, a busca no Espírito Santo ocorreu em uma das filiais de uma empresa fornecedora dos testes. Segundo o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), a investigação apura um superfaturamento de R$ 30 milhões, em cima de contratos que somam R$ 73 milhões.

Esta foi a segunda fase da operação. Sete pessoas foram presas preventivamente, entre elas o secretário de Saúde do Distrito Federal, Francisco Araújo, além de outros cinco diretores da secretaria e um ex-secretário adjunto. Além do Espírito Santo, houve cumprimento de mandados de busca em Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Santa Catarina, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. 

São objeto de investigação duas dispensas de licitação. Na primeira, que teve como vencedora a empresa Luna Park Brinquedos, foi identificado um superfaturamento de 146,57% no comparativo com preços ofertados pelas demais concorrentes.

Na segunda dispensa de licitação, a empresa vencedora, Biomega Medicina Diagnóstica, apresentou preço que indica superfaturamento de 42,75% nas aquisições de testes. Neste caso, a empresa vendeu os testes a R$ 125,00 a unidade para o Distrito Federal, enquanto outros órgãos pagaram, pelo mesmo produto, o valor de R$ 18,00. O prejuízo decorrente do superfaturamento é superior a R$ 18 milhões, valor que permitiria a compra de mais de 900 mil testes rápidos.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), informou, após a operação, que os detidos foram afastados de seus cargos. Ele chamou a ação de desnecessária e disse que a pasta mantém todos os processos transparentes. Entre os crimes apurados estão organização criminosa, fraude à licitação, lavagem de dinheiro, contra ordem econômica (cartel), corrupção ativa e passiva, todos estes crimes praticados no curso de dispensas de licitação destinadas à compra de testes para detecção da Covid-19.

DESDOBRAMENTO

A operação realizada nesta terça é um desdobramento da primeira fase, deflagrada em 2 de julho. Na ocasião, foram cumpridos 74 mandados de busca e apreensão. No Espírito Santo, na ocasião, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em empresas em Vitória, Serra e Cariacica. Além do DF e do Espírito Santo, outros alvos estavam em Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Bahia.

São apurados crimes de fraude à licitação, lavagem de dinheiro, crime contra a ordem econômica (cartel), organização criminosa, corrupção ativa e corrupção passiva.

Na época, a Secretaria de Saúde do DF emitiu nota afirmando que "todos os testes rápidos adquiridos pela SES têm registro na Anvisa e parâmetros de qualidade compatíveis com o seu uso em saúde pública" e que o material foi comprado "pelo menor preço ofertado pelas empresas participantes no processo de compra, não havendo, portanto, nenhum dano ao erário".

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