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Os menos votados que entraram e os mais votados que ficaram de fora no ES

Os menos votados que entraram e os mais votados que ficaram de fora no ES

Entenda por que alguns candidatos mais votados ficaram de fora da lista de eleitos para a Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa e outros menos votados entraram

Publicado em 4 de outubro de 2022 às 12:02

Ícone - Tempo de Leitura 4min de leitura
Fachadas da Câmara dos Deputados e da Assembleia Legislativa do ES
Fachadas da Câmara dos Deputados e da Assembleia Legislativa do ES. (Montagem A Gazeta)
Ednalva Andrade
Repórter / [email protected]
Os menos votados que entraram e os mais votados que ficaram de fora no ES

Cinco dos dez candidatos mais votados na disputa para deputado federal ficaram de fora da lista de eleitos e de suplentes porque os seus partidos não conseguiram somar a quantidade mínima de votos para participar da distribuição das cadeiras na Câmara dos Deputados. Por outro lado, candidatos com votação bem menor na Assembleia Legislativa do Espírito Santo conseguiram entrar com a ajuda dos puxadores de votos dos seus partidos.

O fenômeno de “ganhar, mas não levar” é bem conhecido na disputa proporcional (deputados estaduais e federais), mas sem coligação e com regras mais rígidas nas eleições 2022 para participar da distribuição de vagas, alguns partidos foram beneficiados e ampliaram suas bancadas, enquanto outros ficaram de fora, mesmo com boa votação.

Na corrida por uma vaga na Câmara dos Deputados, o ex-vereador de Cariacica Messias Donato (Republicanos) foi o 16º mais votado e conseguiu entrar com 42.640 votos. A votação obtida por ele é equivalente a 51% da obtida pelo terceiro mais votado, o deputado estadual Renzo Vasconcelos (PSC), que recebeu 82.276 votos e ainda assim ficou de fora da lista dos eleitos e dos suplentes.

Dos outros quatro candidatos a deputado federal que ficaram entre os 10 mais votados, dois tentavam se reeleger — Felipe Rigoni (União) e Soraya Manato. O Tenente Assis (PTB) tentava obter uma vitória em sua quinta disputa eleitoral, mas não foi desta vez, mesmo somando 58.887 votos.

Quem também ficou de fora com uma votação expressiva foi a ex-deputada federal Sueli Vidigal (PDT), que contou com o apoio do marido e prefeito da Serra, Sérgio Vidigal (PDT), na disputa.

CANDIDATOS MAIS VOTADOS PARA DEPUTADO FEDERAL NÃO ELEITOS

  • Renzo Vasconcelos (PSC) 82.276 votos
  • Felipe Rigoni (União) 63.362 votos
  • Soraya Manato (PTB) 59.988 votos
  • Tenente Assis (PTB) 58.887 votos
  • Sueli Vidigal (PDT) 58.251 votos

MUDANÇA NA DISTRIBUIÇÃO DAS SOBRAS

O quociente eleitoral é o resultado da divisão do total de votos válidos para o cargo pelo número de vagas em disputa. O quociente para a Assembleia foi de 69.242 votos; e para a Câmara foi de 208.443 votos. A divisão do total de votos de cada partido pelo quociente eleitoral resulta no número de vagas a que a sigla tem direito

Sem conseguir preencher todas as vagas assim, as demais foram divididas entre os partidos que somaram 80% do quociente eleitoral. Portanto, só entraram na distribuição das “sobras” para o Legislativo estadual as siglas que somaram acima de 55.393 votos. Esse número é bem próximo da estimativa feita por A Gazeta de quantos votos seriam necessários para eleger um deputado estadual.

Foi por isso que os candidatos do PSD e do Solidariedade ficaram de fora da lista de eleitos e de suplentes, mesmo com votação superior a de outros candidatos que entraram. A primeira legenda somou 48.628 votos para a Assembleia, o que representa quase 7.000 votos a menos do que o mínimo necessário para participar da divisão. Já a segunda teve 44.589 votos.

Da lista do PSD, o vereador de Vitória Davi Esmael não ficou entre os eleitos e suplentes com 17.155 votos. Já o Coronel Weliton (PTB) garantiu a última das 30 cadeiras da Assembleia com 12.176 sufrágios, porque foi o mais votado do seu partido, que somou 96.412 votos e teve direito a uma cadeira.

Já alguns candidatos do Republicanos que não estavam entre os 30 mais votados conseguiram entrar graças à votação recorde obtida pelo ex-prefeito de Colatina Sérgio Meneguelli (138.523 votos), o que levou o partido a garantir mais cadeiras na Assembleia Legislativa. Pelo Republicanos, Alcântaro entrou com 15.742 votos e Bispo Alves com 14.474 votos.

Já o PL teve o atual deputado Capitão Assumção como puxador de votos e o fato de ter obtido 98.669 sufrágios sozinho fez com que Zé Preto (PL) garantisse uma vaga com 15.901 votos.

RELAÇÃO DOS MENOS VOTADOS ELEITOS

  • Zé Preto (PL) 15.901
  • Alcântaro (Republicanos) 15.742
  • Allan Ferreira (Podemos) 15.185
  • Bispo Alves (Republicanos) 14.474
  • Coronel Weliton (PTB) 12.176

MAIS VOTADOS QUE FICARAM DE FORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Além de Davi Esmael, outros quatro candidatos que ficaram entre os 30 mais votados não entraram, mas estão na suplência dos seus partidos e podem ser chamados a assumir uma vaga na Assembleia, se os titulares assumirem outro cargo ou forem eleitos em 2024, por exemplo.

O primeiro deles é Hércules Silveira (Patriota), deputado estadual no quarto mandato consecutivo que recebeu a 17ª maior votação na disputa, com 23.534 votos. O vereador da Serra Pablo Muribeca (Patriota) foi o mais votado do partido, com 24.555, e garantiu a única vaga a que a sigla teve direito. Ou seja, Hércules ficou de fora por conta de 1.021 votos.

Outros três atuais deputados estaduais estão entre os 30 mais votados e ficarão de fora da Assembleia Legislativa a partir de janeiro: Alexandre Quintino e Luiz Durão, do PDT, e Bruno Lamas (PSB), este com a trigésima maior votação.

CANDIDATOS MAIS VOTADOS NÃO ELEITOS E SUPLENTES

  • Doutor Hércules (Patriota) 23.534
  • Alexandre Quintino (PDT) 17.873
  • Luiz Durão (PDT) 17.486
  • Davi Esmael (PSD) 17.155
  • Bruno Lamas (PSB) 16.473

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