O ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung (sem partido) defende que o próximo governo, a ser eleito em 2022, seja de transição, com uma liderança que se comprometa a não disputar a reeleição depois de quatro anos de mandato. Em entrevista ao programa Manhattan Connection, da TV Cultura, nesta quarta-feira (23), Hartung afirmou que o ideal para os próximos anos no Brasil é uma espécie de "governo de pós-guerra", capaz de superar os danos causados pela pandemia de Covid-19, pela recessão econômica e pelos escândalos de corrupção.
"A minha ideia é que a mensagem é de um governo de transição, que abra mão da reeleição para dar um sinal de coesão. Uma espécie de governo de pós-guerra. Pandemia, recessão econômica, escândalos de corrupção, que a gente superasse isso enquanto nação, estabelecendo de maneira programática uma ação que fizesse a ponte e colocasse o país de novo em um rumo democrático e também evoluindo, o que nunca conseguiu na história, na transformação do grande potencial que tem e nas oportunidades para a sua gente, principalmente, os jovens, que estão de novo sem esperança no futuro do nosso país", afirmou.
Para o ex-governador, atual presidente-executivo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), além de ter o compromisso com a democracia, esse governo precisaria estabelecer um programa mínimo, com o desenvolvimento de um bom mecanismo de transferência de renda, com o combate aos crimes na Amazônia, com cuidados com a educação básica e com a possibilidade de concessões para evolução da infraestrutura, para contribuir com a geração de empregos.
Sem citar os nomes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do ex-presidente Lula (PT), Hartung afirmou ainda que a polarização com base no populismo, "seja ele de que matiz se encontre, é uma polarização sempre difícil de ser enfrentada na história humana". Acrescentou, porém, que vê interesse na sociedade brasileira em buscar um novo caminho. Para além da demanda da população, disse, também há uma "avenida", "muitos nomes", para uma terceira via.
"O que eu prescrevo é que esses nomes busquem um ponto de convergência. Não dá para fragmentar as forças como aconteceu no Peru, agora, e como aconteceu no Brasil em 2018", disse.
"O ideal é que aquilo que a gente chama de centro expandido – onde estão os liberais reformistas e onde estão também aqueles militantes de centro-esquerda que modernizaram seu pensamento político em relação ao papel do Estado e à economia – tenha a capacidade de criar uma convergência em torno de uma candidatura. Se conseguir, isso vai ter relevância, importância para o debate político-eleitoral do nosso país", complementou.
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