Vitorioso no primeiro turno das eleições de 2024, quando foi reeleito com 56,22% dos votos válidos, Lorenzo Pazolini (Republicanos) está perto do fim do primeiro mandato à frente da Prefeitura de Vitória. A poucos dias de iniciar um novo ciclo no comando do Executivo municipal, faz um balanço das principais obras iniciadas na administração atual. O mandatário faz questão de destacar que, em comum entre os projetos, está o investimento advindo de recursos do próprio município, fruto de um ajuste fiscal feito ao longo dos últimos quatro anos.
A entrevista com Pazolini faz parte de uma série de A Gazeta com os prefeitos eleitos da Grande Vitória sobre projetos e desafios para o mandato de 2025-2028. Confira a conversa na íntegra mais abaixo desta reportagem.
Durante a conversa, o prefeito destacou que, com os recursos municipais, será possível iniciar e levar adiante grandes obras sem interrupções por falta de verbas. Entre os projetos está o Mergulhão de Camburi, a construção da primeira UPA de Vitória, o Restaurante Popular, a revitalização da Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes (Beira-Mar) e a construção das orlas do Canal de Camburi e do Canal de Andorinhas.
Pazolini ainda anunciou a Cozinha Solidária, que vai oferecer refeições na Grande São Pedro e deve ser inaugurada em março de 2025; a macrodrenagem da região de Jucutuquara e a revitalização da Guarderia, com a ampliação da faixa de areia nos trechos de praia entre o Iate Clube e a Ilha do Boi. A expectativa é que as obras comecem após o carnaval.
O mandatário disse ainda que mudanças no secretariado estão em andamento, com a possibilidade de ter a vice-prefeita Cris Samorini e o presidente estadual do Republicanos, Erick Musso, como secretários, e que avalia, sim, participar das eleições de 2026 na disputa pelo governo do Estado, "se esse for o desejo da sociedade". Pazolini ainda falou sobre a publicação de Paulo Hartung (sem partido) enaltecendo sua reeleição.
O Plano Nacional de Educação estabelece que, até 2026, os municípios tenham 50% das escolas em tempo integral. Essa meta será cumprida em Vitória?
Nós saímos de quatro escolas, talvez uma das capitais do Brasil com o menor número de escolas em tempo integral em 2021. E, hoje, Vitória inicia o ano letivo de 2025, já em fevereiro, com 41 escolas em tempo integral. Um recorde absoluto no Estado do Espírito Santo, um legado para a sociedade. E não só educação em tempo integral, mas educação em tempo integral com qualidade. A educação de Vitória é reconhecidamente hoje destaque nacional, em razão do crescimento do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). O Ideb ficou congelado, estagnado, parado durante muitos anos. Nós conseguimos avançar muito no Ideb, e eu quero deixar aqui o meu reconhecimento e agradecimento a todos os profissionais da educação, desde os porteiros, as merendeiras, as pedagogas, auxiliares nas escolas até professores, diretores, enfim, é extraordinário. E Vitória, hoje, é a capital brasileira da educação. Isso é um orgulho e é um legado para os capixabas que nós estamos construindo. Nos próximos quatro anos, vamos expandir para superar essa meta.
Na campanha eleitoral, os adversários do senhor falaram muito sobre a falta de uma UPA em Vitória. Quando será concluída a de Forte São João? Ela será administrada pelo governo federal? Já há alguma discussão em andamento sobre isso?
Historicamente, infelizmente, Vitória não tinha uma UPA. É uma das primeiras capitais do Brasil, uma das primeiras cidades do Brasil e, lamentavelmente, não tinha uma UPA. A construção da UPA começa agora em 2025. O processo de licitação já foi finalizado, já foi homologado, e o mais importante: os recursos para a construção da primeira UPA de Vitória já estão garantidos no cofre, no Tesouro Municipal. Esses recursos são fruto de economia do município. Nós reduzimos o custo da máquina pública. Só com a folha de pagamento, nós economizamos R$ 100 milhões. Eram servidores que, de fato, eram vinculados a cargos políticos, que não produziam muita coisa para o município. A UPA vai ser construída integralmente com recursos públicos do município, dos impostos de Vitória e do sacrifício da população vitoriense, dos capixabas. É uma UPA porte 3, que vai ser integralmente planejada, como já foi, projetada e construída com recursos municipais, recursos esses já garantidos. E esse é um importante legado que nós estamos construindo, porque essa obra não para, não é uma obra que depende de convênio, emenda, repasse. É uma obra que começa com dinheiro em caixa para terminar. Isso é importantíssimo, porque evita aquela série de coisas que nós vemos pelo Brasil aí, de obras paradas e abandonadas, trazendo prejuízo para a população.
Prefeito, depois, quem administra a UPA? É o próprio município ou é o governo federal?
O próprio município, a gestão municipal.
Onde vai ficar?
É uma UPA de maior tamanho possível. É tida como um mini-hospital, fica ali ao lado da Secretaria Municipal de Saúde, onde nós tínhamos aquela antiga passarela, na Avenida Vitória.
Prefeito, eu estou com alguns projetos aqui que começaram na administração atual, e queria que o senhor dissesse como está o andamento de cada um deles.
Mergulhão de Camburi
Licitação finalizada, dinheiro em caixa também. Licenciamento ambiental já superado. E, agora, já vamos para a instalação do canteiro de obras. Próximo passo é a mobilização que a empresa tem para a instalação do canteiro de obras e início das obras. É importante ressaltar: conseguimos a sensibilização da concessionária do aeroporto, a Zurich Airport, que cedeu um espaço, uma área para o mergulhão e para poder fazer o acesso provisório durante as obras, para não ter prejuízo para o trânsito. É uma obra importantíssima. É um presente de Vitória para o Espírito Santo, porque afeta e impacta positivamente a mobilidade urbana de todos os capixabas. Quem vem do Norte do Estado, Linhares, São Mateus, Aracruz, Fundão, Ibiraçu, quem vem da Serra, e, claro, os moradores de Jardim Camburi, o maior bairro da Capital. Se fosse um município, seria o 13º município mais populoso do Espírito Santo. Todos serão impactados positivamente com essa obra importantíssima para a mobilidade urbana. Nós não teremos mais paralisações no trânsito. Ou seja, quem vem da Avenida Dante Michelini e vai para Jardim Camburi segue o fluxo normal. Quem sai de Jardim Camburi também vai seguir. Quem for em direção à Vale, da mesma forma; quem estiver chegando da Serra e do Norte do Espírito Santo, também vai chegar de maneira ininterrupta.
O canteiro de obras será instalado até janeiro?
Eu não posso precisar, porque a empresa tem um prazo contratual. Mas, certamente, ela vai iniciar as obras, porque está seguindo o prazo contratual. Está tudo dentro do cronograma. Agora, então, ela vai para a mobilização dos colaboradores e instalação do canteiro de obras, é o próximo passo. Mas, certamente, no primeiro semestre de 2025.
Mercado da Capixaba.
Depois de quase três décadas, do incêndio, abandonado, o mercado já está funcionando para atividades culturais. Então, você tem diversas apresentações artísticas, culturais, em diversas feiras que já estão sendo realizadas, apresentações artísticas capixabas, artistas nacionais. As chaves do mercado estão com a concessionária. Essa concessionária tem um prazo também para viabilizar agora a ocupação de toda a área com um mix de lojas. E nós estamos aguardando, então, o fluxo desse prazo.
Revitalização do Centro de Vitória.
O processo de revitalização do Centro de Vitória está andando de uma forma muito vigorosa. O Natal do Centro foi espetacular. Então, você teve o Parque Moscoso, você teve as apresentações nas praças, você teve toda uma área ressignificada, um fluxo de pessoas muito grande, apresentações musicais noturnas, apresentações culturais. O Centro tem voltado a pulsar. Tem um dado interessante que saiu hoje (quinta-feira, 26) do Centro. Nós tivemos um crescimento de 57% na abertura de novas empresas, pessoas jurídicas, nos últimos quatro anos.
Tem a revitalização de algumas ruas também, certo?
Isso. Além disso, nós já fizemos o restauro completo do viaduto Caramuru, que também está lindo, está também sendo palco de apresentações artísticas, culturais. Temos o Museu Capixaba do Negro completamente ressignificado, restaurado. O próprio Natal da Catedral, que foi espetacular, com as apresentações mapeadas — o videomap. E agora nós vamos passar para todo o processo de ressignificação da Rua Sete, Gama Rosa e do entorno do Viaduto Caramuru. Nós vamos fechar esse ciclo inteiro ali da Cidade Alta. Daí você vai ter toda essa área ressignificada. O que isso reflete na vida das pessoas? Hoje você já não encontra mais residências, ocupações residenciais, apartamentos, para locação e venda no Centro. Então, o processo de moradia já começou, numa fase muito aguda, muito intensa. As pessoas já entenderam que o Centro é um lugar atrativo para morar. Nosso desafio agora é a questão comercial, principalmente a retomada das ruas e salas. Mas, na questão de moradia, o Centro hoje é um polo de atração extraordinário. A última pesquisa Fipezap, que é uma pesquisa de abrangência nacional, mostrou que o Centro foi o bairro com a segunda maior valorização imobiliária da Capital. Isso é um indicativo muito forte, muito sólido, consolidado, de que o Centro trouxe de volta a sua vocação urbana e isso hoje já é reconhecido pelos corretores, pelo mercado imobiliário como um todo. Nós temos muita esperança em relação ao projeto da Findes Porto. Nós vamos ter uma área de Educação, principalmente em Tecnologia da Informação, ali na área portuária. Vamos ter 1.800 jovens, todos os dias, estudando ali, se qualificando. Você vai ter uma área de qualificação profissional muito robusta, muito sólida, através da Findes, do Sistema S, todos os parceiros aqui da prefeitura, e isso, certamente, vai gerar um fluxo de pessoas. Naturalmente, isso leva ao consumo, o número de pessoas na rua, ou seja, você gera aquele sentimento de volta, de participação, e isso viabiliza toda a atividade comercial.
E o Restaurante Popular, como está?
A obra física está pronta, foi uma obra muito difícil. Primeiro, nós tivemos que superar o processo de vazamento de gases, redes de gases, com risco até para a saúde pública. Então, uma obra que exigiu muito cuidado. E, no segundo passo, surgiu também uma questão de contenção de muros ao redor. Havia ali uma questão séria com estruturas que já estavam prejudicadas, alguma delas ao redor até já em risco de colapsar, colocando a saúde humana em risco. Nós temos, claro, que trabalhar para preservar a vida de todos. Esse processo passou por toda essa série de nuances e dificuldades, mas a obra física está pronta, e nós já estamos agora no processo de credenciamento da empresa para o funcionamento do restaurante. Já passou da metade para o final, para a finalização da empresa que vai ser responsável pela operacionalização do nosso Restaurante Popular. Concomitante a isso, nós estamos inaugurando também, é importante ressaltar, dentro do mesmo eixo de segurança alimentar e nutricional, uma Cozinha Comunitária em São Pedro, que vai funcionar também servindo refeições, num modelo bacana, modelo que garante, de fato, a qualidade da alimentação. Vai atender a muita gente da Grande São Pedro. Esse equipamento público também já está com as obras concluídas, nós vamos inaugurá-lo nos primeiros meses de 2025, até início de março.
E o restaurante sai no primeiro semestre?
Se Deus quiser, finalizando o credenciamento, está tudo pronto para a gente colocar em funcionamento no primeiro semestre de 2025.
Como está a revitalização do Canal de Camburi?
No Canal de Camburi, o canteiro de obra já está instalado, já temos também o licenciamento ambiental. Essa obra está no processo de recrutamento e seleção de mão de obra. Não é uma tarefa fácil, as empresas enfrentam uma grande dificuldade na seleção de mão de obra especializada. Infelizmente, ainda é uma realidade, mas nós estamos superando. Ainda tem o Canal de Andorinhas, já estamos com a licença de instalação, licença ambiental em dia, canteiro de obra já instalado, já vamos começar em breve. Nós vamos conectar Andorinhas com o Canal de Camburi. Nós teremos guarderias, píeres, decks, atracadouros, restaurantes, bares, lanchonetes, marina, ou seja, vai ser, na verdade, um complexo turístico e é considerado até hoje, pelos urbanistas estudiosos de todo esse sistema urbano, como a maior obra de alteração urbana em um ambiente público do Brasil. Essa obra é muito esperada pelos capixabas, pelo mercado, pelos turistas e ela muda, altera o risco econômico da Capital. Ao mesmo tempo, nós estamos construindo a Guarderia naquela região, então, você vai ter também uma Guarderia, um local para as embarcações, que hoje não existe, a organização não é aquela que nós esperamos.
E a orla da Beira-Mar?
Finalizamos o processo licitatório, óbvio também com recursos próprios. Dinheiro em caixa, obra garantida, vamos iniciar, se Deus quiser, tudo dando certo, no primeiro semestre de 2025, essa é a expectativa. Qual é a grande vantagem aí? Nós vamos fazer uma obra similar àquela de São Pedro. A Beira-Mar, hoje, é um ponto de passagem, ela está de costas para o mar, não gera atrativo turístico, não tem ponto de contemplação, não tem local de visualização. Nós vamos ter, então, arquibancadas alagáveis, decks, um mobiliário urbano convidativo, pontos de contemplação, ou seja, tudo isso para conectar ao Centro de Vitória. Teremos uma ciclovia moderna, bonita, atraente para a galera pedalar, para ir ao Centro, para voltar, enfim, para praticar esportes e para ter a nossa vocação náutica cada vez mais valorizada.
Tem previsão de revitalizar a região da Guarderia e Praça os Namorados?
Toda a praia, faixa litorânea, está sendo revitalizada. Em relação à Praça dos Namorados, todo o processo de iluminação foi refeito. Agora, nós vamos fazer também esse processo de debate com a sociedade. Então, vai envolver os expositores, Associação de Moradores, associações comerciais. Todos já estão sendo ouvidos para buscarmos também o melhor projeto para alteração na Praça dos Namorados.
Temos também o engordamento da Curva da Jurema, tudo pronto para começar. Teremos quatro praias que se transformarão em uma extensa faixa de areia, praticamente vão duplicar, triplicar de tamanho. Não iniciamos agora, em razão de um pedido dos moradores, comerciantes, quiosqueiros. Vamos aguardar o verão e o carnaval. Passando o verão e o carnaval, imediatamente, iniciaremos esse processo que as pessoas usam a expressão engorda. Eu não gosto muito de usar essa expressão, mas é reconstrução, na verdade. Vamos fazer uma praia nova, é uma praia que vai surgir de maneira única, então, você vai sair do muro do Iate Clube até a Curva da Jurema, até a Ilha do Boi, uma superpraia, uma faixa ali extensa. Enfim, vai ter local para praticantes de esporte, vai ter local para banhistas, local para criança brincar, vai ficar extraordinário.
A expectativa é revitalizar essa região assim como foi feito ali na Curva da Jurema, por exemplo?
A expectativa é essa. A Curva da Jurema, hoje, é um dos cases mais estudados no Brasil de reivindicação do ambiente urbano. Por quê? Era um local utilizado para práticas ilegais, para tudo que a sociedade não deseja perto da sua casa, ou seja, comércio de drogas, uso de drogas, prostituição, furtos, roubos. E hoje você tem uma área turística, talvez, a área turística mais visitada no Estado do Espírito Santo. Você tem desde encontros no café da manhã, passando pela hora do almoço, chegando até ao jantar, o período de noturno. Cada quiosque, cada expositor gera uma média de 60 a 70 empregos. Olha a quantidade de pessoas que estão trabalhando em um local que era absolutamente degradado. Por isso, é um case de sucesso. E é isso que nós queremos espalhar pela cidade, locais de encontro, de reencontro, de felicidade. O processo de reivindicação das praças da cidade foi muito emblemático nisso.
Choveu bastante antes do Natal. Muitas ruas aqui de Vitória alagaram. Nas redes sociais, muita gente associou os alagamentos ao asfalto instalado recentemente. Em algumas ocasiões, o asfalto acabou tapando o bueiro. Foi preciso ir ao local fazer uma manutenção. O senhor acha que esses alagamentos são resultado de falta de drenagem?
Vitória foi a segunda cidade com a maior quantidade de chuvas, o maior índice pluviométrico do Brasil. Foi uma quantidade absurda de chuvas. Em poucas horas, poucos minutos, eu postei vídeo, mostrei as ruas, a cidade voltou a sua total normalidade. Foi a primeira vez na história, em uma gestão de quatro anos, que nós não perdemos vidas. Não tivemos nenhuma vida perdida por deslocamento de massa, por soterramento, por rolamento de pedras. Isso é um marco para uma cidade como a nossa, que tem toda essa geografia e relevo acidentado. Repito, esse marco precisa ser preservado. Nós fizemos um grande investimento nos maciços, no maciço central, em todas as áreas, na contenção de costas. E esse investimento deu excelente resultado. Em menos de meia hora, a situação da cidade estava normalizada e o trânsito voltou a fluir e, de fato, havia toda a dinâmica social restabelecida. Mas a quantidade de água foi muito grande. Então, assim, não há como superarmos tão rapidamente essa questão. O que nós temos que fazer é investir maciçamente em macrodrenagem. Vitória não tem regiões que ficam alagadas. Você pode ter esporadicamente um empossamento de água ou um represamento de água. Mas, rapidamente, essa água é levada, canalizada pelas nossas galerias e para as estações de bombeamento. Todas as estações de bombeamento estão funcionando em sua plenitude. Nós construímos outras, por exemplo, na Grande Santo Antônio. Vamos já agora, no ano que vem, se tudo correr bem, lançar o edital da macrodrenagem da Grande Jucutuquara. Então, você vai pegar Cruzamento, Jucutuquara, Bairro de Lourdes. Edital pronto, vamos aguardar as últimas tramitações legais para lançarmos esse edital.
Agora, quero falar um pouco de política. O secretariado vai mudar?
Estamos ainda em fase de estudos. O estudo passa por uma série de definições. Estamos ouvindo e amadurecendo isso ainda.
O senhor já sabe, por exemplo, se a Cris Samorini (vice-prefeita) ou se o Erick Musso (presidente estadual do Republicanos) vão ter algum cargo no secretariado?
Nós estamos avaliando. Está nesse período de maturação.
Mas tem possibilidade ainda, isso foi discutido?
Possibilidade existe. Tudo é possível. Agora, nós vamos conversando e chegando ao entendimento, ao bom entendimento. Sempre, claro, colocando o interesse da cidade em primeiro lugar. Isso é o mais importante.
Depois da vitória do senhor, o ex-governador Paulo Hartung acabou fazendo uma publicação falando que nascia aí uma nova liderança aqui no Espírito Santo. O senhor tem alguma relação política com Paulo Hartung? Considera-o um aliado?
Eu já me manifestei, o ex-governador Paulo Hartung fez um trabalho extraordinário de transformação do Espírito Santo. Nós, capixabas, sabemos que passamos, no pré-2003, pelo esfacelamento das instituições públicas, desunião da sociedade, dificuldades institucionais, e o ex-governador liderou esse processo de reconstrução do Espírito Santo, unindo as pessoas, as autoridades religiosas, unindo as instituições, a OAB, o Ministério Público, o Poder Judiciário e a Defensoria, e construiu o legado que hoje é referência do Brasil. Eu tenho muito pouco tempo de política. Praticamente exerci meio mandato de deputado estadual, nunca fui candidato a absolutamente nada, não era nem filiado a partido político, me filiei no último dia do prazo para a eleição e fui eleito o segundo deputado mais votado da legislatura passada. E, logo após, no meio do mandato, em dois anos, assumo a Capital e, agora, eleito em primeiro turno. Eu tenho muita gratidão aos capixabas, muita humildade de receber esse resultado, muita gratidão aos capixabas por terem me dado essa oportunidade, e o ex-governador Paulo Hartung é, de fato, uma liderança nacional importantíssima. Eu muito me honro com a lembrança dele, a citação e as palavras que ele proferiu, as postagens, que são muito significativas, e eu recebo com muito carinho e com muita gratidão.
Tem possibilidade do Aridelmo Teixeira (ex-secretário de Governo na Capital) voltar para o governo?
Todas as possibilidades estão sendo estudadas. Não temos ainda fechado esses nomes do secretariado. Vamos partir para isso nos próximos dias, nas próximas semanas, mas, no momento, todas as possibilidades estão sendo estudadas, estão sendo avaliadas.
As eleições de 2024 mal acabaram, mas há muitas conversas em andamento sobre 2026. O senhor nunca negou que não disputaria. Qual é o seu posicionamento atual? Candidatar-se em 2026 ao governo do Estado é uma possibilidade?
Desde antes do processo eleitoral, eu me manifestei, claramente, sem tergiversar, de que eu estaria à disposição dos capixabas, se assim fosse o desejo da sociedade. E a minha resposta é uma só, é a mesma, antes, durante e após o processo eleitoral. De muita gratidão pela oportunidade de ser reconduzido à prefeitura em primeiro turno. É uma honra para qualquer cidadão, para qualquer capixaba, para qualquer brasileiro, e disse que poderia colocar meu nome à disposição dos capixabas. Esse processo é um processo democrático, contínuo, de muita escuta, de muito diálogo, de muita compreensão, e, se for o desejo de instituição, se for o desejo de Deus, se houver essa possibilidade, eu, como sempre fiz, estou à disposição para colaborar. Então, assim, é um processo de construção. Disse isso lá atrás, ainda no período pré-eleitoral, para não ter dúvidas, para não ter nenhuma inverdade, vamos dizer assim, e disse que poderia sim acontecer se for do interesse da maioria dos capixabas, se for da vontade de Deus. Então, a minha resposta é única, é a mesma de antes, é a mesma agora e será a mesma em qualquer outro momento. É um processo democrático, é um processo de construção, é um processo de diálogo, é um processo de disputa, e é isso que nós vamos fazer com a sociedade, colaborar. Eu estou sempre disposto a colaborar, ajudar a construir políticas públicas e melhorar o Espírito Santo, melhorar Vitória. É um sonho que eu tinha e que hoje se concretizou e que eu tenho certeza que o mais importante é produzir políticas públicas que impactem positivamente a vida, especialmente daqueles que mais precisam, dos hipossuficientes.
Tem mais alguma coisa que o senhor quer destacar?
Tem um dado importante, e eu acho que a gente precisa trabalhar muito com isso, que passa do início da nossa conversa, sobre orçamento público, sobre gestão. Entre as transformações que nós fizemos nesses quatro anos, uma delas que também é importante e a gente não fala tanto, é em relação ao tempo de abertura de empresas em Vitória. Em quatro anos, nós reduzimos o tempo para abrir uma empresa, uma pessoa jurídica em Vitória em 95%. Isso é muito significativo, porque representa e significa mais empregos, transformação de vidas, oportunidade para as pessoas. Em 2020, era necessário dois meses para abrir uma empresa em Vitória. E nós reduzimos esse tempo em 95%, com o processo de tecnologia da informação, com o processo de digitalização, com o processo de valorização, também nos servidores. Quando você reduz em 95% o tempo necessário para a abertura de empresa, você atrai novas empresas, gera novos empregos. De fato, faz concretizar mudanças na vida dos capixabas. Isso é o mais importante. Consequência disso, em 2024, só em 2024, nós tivemos a abertura de 12.681 empresas em Vitória. E é o maior número da história em um ano.
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