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Pazolini diz que conversou com Luciano Rezende e portas da prefeitura estão abertas

Pazolini diz que conversou com Luciano Rezende e portas da prefeitura estão abertas

Durante a corrida eleitoral, o prefeito eleito, Lorenzo Pazolini (Republicanos), fez críticas duras à atual gestão. Em entrevista nesta segunda (30), no entanto, frisou: "Não esperem de mim construções ideológicas"

Publicado em 30 de novembro de 2020 às 16:04

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Delegado Pazolini (Republicanos) é eleito prefeito de Vitória.
Delegado Pazolini (Republicanos) é eleito prefeito de Vitória. (Vitor Jubini)

Um dia após o resultado das urnas no segundo turno, que deu ao deputado estadual Lorenzo Pazolini (Republicanos) a vitória na disputa pela prefeitura de Vitória, o prefeito eleito já começa a estabelecer diálogos para a transição de governo. O primeiro contato com o prefeito Luciano Rezende (Cidadania) foi feito ainda no domingo (29), e foi amistoso, segundo o deputado.

"Ele foi receptivo a nossa chegada e deixou as portas abertas da prefeitura para a equipe de transição", contou em entrevista à Rádio CBN Vitória, na manhã desta segunda-feira (30).

Durante a corrida eleitoral, Pazolini fez críticas duras à gestão atual e ao candidato da situação, o deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania), apoiado pelo prefeito. Os parlamentares, que são colegas de Assembleia, protagonizaram uma série de embates e brigas judiciais. Gandini acabou derrotado no primeiro turno. 

Apesar dos conflitos, o prefeito eleito garante que o momento agora é de união e que a eleição ficou para trás. Contou que ele mesmo fez contato com o atual chefe do Executivo municipal e que Luciano Rezende se colocou à disposição. Confira os principais trechos da entrevista de Pazolini para a Rádio CBN Vitória.

Tivemos ontem (29) um dia de resultado, de comemorações. Mas a partir de hoje, quando as coisas começam a se assentar, quais são seus planos? O que pensa em fazer?

  • Nós fizemos uma reunião na madrugada, já visando uma equipe de transição, constituindo uma equipe que seja capaz de dar respostas para a cidade, dialogar com a atual administração de forma republicana, ordeira, pacífica e respeitando as instituições e tradição de Vitória, que é a estabilidade jurídica, buscando esse caminho para a partir do dia 1º de janeiro imprimir nossa rotina administrativa, trazer nossos colaboradores e olhar para frente.

O senhor já fez contato com o prefeito Luciano Rezende? Ele apoiou um candidato com quem o senhor teve vários embates durante a disputa. Como fica essa transição?

  • Nós queremos caminhar, são políticos experientes, maduros, com sensibilidade, de bastante tranquilidade. Ontem mesmo já tivemos contato com o prefeito, já nos colocando à disposição. O prefeito da mesma maneira, inclusive abrindo as portas da prefeitura para a equipe de transição, foi um contato muito amistoso, respeitoso e tenho certeza que vai caminhar assim nos próximos 30 dias, até janeiro do que vem.  Ele foi bastante sereno e receptivo a nossa chegada.

O senhor já tem uma equipe formada?

  • Ainda não, até por respeito aos eleitores, nós tínhamos que aguardar o resultado das urnas. A partir de agora, vamos nos preparar para assumir, preparar uma equipe para nos dar um diagnóstico claro e preciso da cidade. Vai ter um perfil técnico, naturalmente pessoas que tenham um conhecimento técnico, experiência, mas também um perfil politico, da boa política. Precisamos agregar as duas atividades, a boa política que edifica é o diálogo, a construção, e precisamos da política para dialogar com os atores políticos.

Onde pretende buscar esse perfil técnico?

  • A nossa ideia é mesclar um pouco da experiência acadêmica da Ufes, dos nossos centros de formação por excelência,  do mercado privado, temos bons quadros, com perfil de pessoas experientes que atuem ou já atuaram em outros municípios, em algum momento da vida pública. Acho que esse é o segredo do sucesso, trazer um pouco da energia, da juventude, da vontade de mudar, e pessoas que participaram de outras gestões.

Delegado Pazolini (Republicanos) comemora vitória na Capital (Vitor Jubini )

Quais vão ser suas medidas no enfrentamento à pandemia?

  • Vamos ter um conselho dentro da área da Secretaria Municipal de Saúde. Então tudo que for comprovado pela ciência, tiver comprovação científica, com dados objetivos, e efetivamente for creditado pela comunidade acadêmica, nós vamos fazer. Vamos preservar a vida das pessoas, o bem-estar, conciliando, claro, com os interesses da sociedade. Mas a nossa prioridade é ouvir médicos qualificados, cientistas. Esse conselho vai nos auxiliar na tomada de decisões.

Temos vistos muitos estabelecimentos não cumprindo decretos, com aglomerações, abrindo em horários que não são permitidos, sem adequação às recomendações sanitárias. Qual vai ser sua estratégia para que essa situação mude?

  • A gente tem que dialogar muito, isso é fundamental. Vamos trazer o comércio, o setor produtivo, e as pessoas que cuidam da saúde. Vamos explicar, de maneira detalhada, com argumentos técnicos e ver o que é possível fazer. Não queremos inviabilizar nenhum tipo de atividade, muito pelo contrário. Esse momento é crítico na sociedade, precisamos gerar emprego e renda, muita gente perdeu emprego, empresas fecharam, mas a vida é o bem maior que deve ser priorizado por qualquer gestor.

Segurança foi um dos temas da sua campanha. O senhor anunciou um plano de segurança robusto para a cidade de Vitória. O que significa isso efetivamente?

  • Nós vamos ter uma central de controle , de monitoramento, com troca de informações . Nossa prioridade é regularizar o porte de armas dos 79 agentes da Guarda Municipal, regularizando esse porte nós já teríamos mais 79 agentes nas ruas, protegendo a vida das pessoas. Isso tudo sem aumentar o custo, porque já são servidores efetivos. Em um segundo momento, traríamos os agentes que estão no videomonitoramento, aproximadamente 60 agentes, para o policiamento. Aí já teríamos um contingente robusto, para dar uma resposta. O que precisa é de organização, estratégia, planejamento. Estamos em contato já com autoridades de segurança pública em outros municípios e Estados, e estamos formulando conversas iniciais para convidar essas autoridades para virem para cá e reforçar a segurança em Vitória. Vamos aguardar essa semana e a semana que vem, talvez teremos alguns anúncios e novidades. 

O Carnaval de Vitória já vai estar no calendário do seu mandato. Pretende manter a data e como será o Carnaval em 2021? Será sua a decisão?

  • Vamos ter que respeitar os protocolos sanitários, o Carnaval gera proximidae de pessoas. Eu tenho visto muita gente adoecendo, porque as pessoas não estão dialogando, e por mais que utilizemos via chamada, dispositivos móveis, isso não gera essa proximidade. Tenho visto muita gente angustiada, aflita, até com problemas psicológicos. O carnaval é um momento de festa, mas temos que conciliar com a crise sanitária, e aí não tem jeito, vamos ouvir a ciência, quem tem conhecimento para tomar a melhor decisão. Gostaria muito que tivesse, mas não posso cometer nenhum ato que coloque em risco a vida das pessoas. Temos que aguardar a dinâmica da contaminação, que é muito célere, só tenho condições de tomar essa decisão como prefeito constituído, a partir de janeiro. Até lá não tenho poder decisório, sou deputado, cidadão.

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Não esperem de mim construções ideológicas, construções que não sejam prioridade da cidade, porque não terão

Lorenzo Pazolini (Republicanos)
Prefeito eleito de Vitória
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Qual será o seu relacionamento com os governos federal e estadual?

  • Vamos buscar parcerias onde for necessário. É preciso entender que o período eleitoral acabou ontem, no domingo. A partir de agora, quem foi eleito representa a cidade de Vitória em sua totalidade. Vitória tem maturidade suficiente para entender isso.  Ontem mesmo já dialoguei com o candidato João Coser, dialoguei com o atual prefeito, não tenho dificuldades nenhuma de dialogar com o governador Renato Casagrande, visando preservar o interesse da cidade e dos moradores da cidade. É assim que eu vou fazer. Não esperem de mim construções ideológicas, construções que não sejam prioridade da cidade, porque não terão. Acredito em um trabalho coletivo. E repito, eu mesmo fiz contato, conversei ontem com o prefeito Luciano. E tenho certeza que todos são homens públicos, que têm responsabilidade da cidade, e vão entender que a eleição acabou.

O senhor teve apoio do ex-governador Paulo Hartung em sua campanha, mesmo que de forma indireta?

  • Tenho muito respeito pelo ex-governador pelo trabalho e legado que ele construiu. Nossa campanha foi focada no cidadão, no morador de Vitória, no dia a dia da cidade, em apresentar soluções para os gargalos e dificuldades da cidade. Mas tenho muito respeito e admiração pelo ex-governador, pelo legado dele.

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