Empossado como prefeito de Vitória pela Câmara Municipal nesta sexta-feira (1º), Lorenzo Pazolini (Republicanos) defendeu, em seu primeiro discurso no cargo, um compromisso com o diálogo com os mais diversos setores da sociedade e que a Capital recupere sua capacidade de investimentos com recursos próprios. Além dele, também assumiram os cargos para os quais foram eleitos em 2020 a sua vice, Capitã Estéfane Ferreira (Republicanos), e os 15 vereadores que se elegeram para os próximos quatro anos.
A sessão foi realizada na Câmara de Vitória de forma híbrida, com os vereadores presencialmente, mas com o prefeito e a vice-prefeita participando por videoconferência. Na sua fala, Pazolini destacou que a cidade que está dividida, segregada, e precisa ser reconstruída para olhar para frente, alfinetando o prefeito antecessor, Luciano Rezende (Cidadania), mesmo sem mencioná-lo. A crítica a Luciano sobre a falta de diálogo foi explorada por Pazolini também na campanha eleitoral.
Citando uma passagem bíblica, ele frisou que "uma casa dividida não se sustenta".
"Nosso principal desafio à frente da prefeitura é solidificar, através de atos concretos, o nosso compromisso de diálogo: com servidores, com a sociedade civil organizada, com profissionais da saúde, moradores, professores, com todos que moram e amam esta cidade. Virar essa página. Abrir a prefeitura para a sociedade, permitir que haja controle social e que os atos públicos possam ser fiscalizados e acompanhados, sem retaliação, comportamento invasivo ou antidemocrático por parte do gestor", disse.
Ele também mencionou que a Capital tem um orçamento para o ano de 2021 de mais de R$ 2 bilhões, mas com uma capacidade de investimento com recursos próprios que "beira a zero".
"Nosso objetivo é construir cidade mais pacífica e igualitária, por isso é fundamental que possamos recuperar a capacidade de investir com recursos próprios, fazer o dinheiro chegar a quem mais precisa, na forma de programas e obras que mudem, para melhor, a vida dos moradores da cidade. Precisamos cuidar melhor das contas e ter mais responsabilidade, para que tenhamos, em um futuro breve, capacidade de investimento para retomar o protagonismo da cidade de Vitória", afirmou.
Lorenzo Pazolini deixa o cargo de deputado estadual, no qual estava no primeiro mandato, após ter sido eleito no segundo turno com 102.466 votos. É a primeira vez que ele assume um cargo eletivo no Poder Executivo. Antes de ser deputado, atuou como delegado da Polícia Civil e auditor do Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCES).
A vice-prefeita eleita, Capitã Estéfane Ferreira, agora passa a ser capitã da reserva e, na posse, apareceu fardada, por vídeo. Ela também discursou em defesa de "unir a cidade", e enfatizando a representatividade das mulheres.
"Queremos governar para toda a população, não só para aqueles que votaram em nós. É uma honra muito grande, poder ombrear com as mulheres que deixaram sua marca na história. Temos diversos exemplos: Cleópatra, Clarice Lispector. E eu tenho a minha oportunidade de também deixar minha marca na história, graças ao voto de cada um."
"Muito além dessas mulheres que se tornaram personalidades públicas, é uma honra para mim representar as mulheres comuns, como minha mãe, amigas, que são exemplares e admiráveis. Não só as mulheres, mas todos os setores com quem me comunico: a população negra, a população jovem, as pessoas que vieram de periferia, escola pública, militares. Vários que se identificam com tudo o que represento", destacou.
Na sessão, também participaram de forma virtual o presidente do TCES, Rodrigo Chamoun, o presidente da Assembleia Legislativa e aliado de Pazolini, Erick Musso (Republicanos), e a presidente da Findes, Cristiane Samorini.
A sessão começou com a posse dos vereadores. Denninho Silva (Cidadania), que foi o parlamentar mais votado, assumiu a presidência da Mesa Diretora momentaneamente, e Camila Valadão (PSOL), a segunda mais votada, atuou como secretária-geral. Foi feita a leitura do compromisso de posse por Davi Esmael (PSD) e, em seguida, a assinatura do termo por cada um dos 15 vereadores.
A Câmara da Capital terá 10 novos vereadores, o que representa uma renovação de 66%. Dos 15 parlamentares que estavam na legislatura 2017-2020, 11 tentaram a reeleição, mas apenas cinco vão permanecer na Casa nesta nova legislatura.
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