Um terceiro capixaba foi identificado na lista com mais de mil presos pela Polícia Federal por participação nos atos golpistas e na invasão às sedes dos Três Poderes no último domingo (8). Trata-se do pedreiro Charles Rodrigues dos Santos, de 41 anos, morador da Serra.
Ele já foi alvo de duas ações por violência doméstica contra uma ex-companheira e, de acordo com apuração feita pelo g1 ES, tem medida protetiva em vigor expedida por decisão da Justiça estadual.
O nome dele consta na lista disponibilizada pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seape) do Distrito Federal com 1.167 pessoas presas em virtude dos fatos ocorridos na Praça dos Três Poderes no domingo (8), atualizada na quinta-feira (12). Ele está no Centro de Detenção Provisória II do Complexo da Papuda, no Distrito Federal, e passou por audiência de custódia na manhã de quinta-feira (12), segundo informações divulgadas pela seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF).
Pelo menos mais duas capixabas estão na relação de presos por envolvimento nos ataques às sedes dos Três Poderes: a dona de peixaria Terezinha Locateli, 55 anos, e a contadora e suplente de deputada estadual Maria Elena Lourenço Passos (PL), 44 anos, conforme A Gazeta noticiou com exclusividade. A lista não tem informação do Estado de origem dos presos.
Conforme informações do g1 ES, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) deu entrada em ação contra o pedreiro por violência doméstica em dezembro de 2019.
A vítima é uma ex-companheira de Charles Rodrigues dos Santos, que também havia movido uma ação contra ele em junho de 2018, de acordo com informações disponíveis no site do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo (TJES).
Em março de 2020, o juiz da 6ª Vara Criminal da Serra, Marco Aurélio Soares Pereira, determinou uma medida protetiva em favor da ex-companheira de Charles, e o proibiu de se aproximar a menos de 500 metros dela.
O pedreiro também foi proibido de frequentar lugares onde ele e a ex costumam ir, como bares, restaurantes e locais de trabalho, pela mesma decisão.
Na sentença, o juiz destaca que "tendo em vista os fatos narrados e os elementos até então coletados pela Autoridade Policial, em especial a declaração da vítima, existem indícios de que a mesma se encontra em situação de risco, necessitando de intervenção judicial para preservar sua integridade física e psicológica.”
“Em caso de violência doméstica, a palavra da mulher ofendida ostenta especial relevo e importância, pois a violação à integridade física e psicológica, de ordinário, ocorre sem a presença de testemunhas, não sendo razoável exigir, nesta fase procedimental, maior consistência nos elementos de aferição da verdade”, diz a decisão.
Os dois processos constam como arquivados no site do Tribunal de Justiça, mas as medidas protetivas continuam em vigor, conforme observação feita em junho de 2021.
A reportagem de A Gazeta não conseguiu contato com a defesa de Charles Rodrigues dos Santos. Caso haja contato, este texto será atualizado.
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