Novo integrante da banca de advogados que defende o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já condenado em segunda instância, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Sepúlveda Pertence disse que ainda vai avaliar a estratégia para a defesa do petista, mas adiantou que não é seu estilo ser agressivo. Criminalista, considerado um dos maiores especialistas em processo penal do Brasil, Sepúlveda afirmou ainda que a situação do petista é uma perseguição. "É pior, a maior (perseguição) desde Getúlio Vargas", afirmou nesta terça-feira (6).
Convidado pelo advogado Cristiano Zanin Martins, responsável até aqui pela defesa de Lula, Sepúlveda disse que ainda vai conhecer o processo e combinar "com os companheiros" o que pode mudar na defesa.
Ao ser comparado com Zanin e questionado se adotará também uma linha mais agressiva, Sepúlveda rebateu: "Não é meu estilo". O ex-ministro minimizou o fato de que ele vai comandar a estratégia e disse que ela será combinada com os outros advogados.
O novo advogado do ex-presidente não quis comentar as declarações o novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luiz Fux, que nesta terça-feira (6) na solenidade de posse fez uma defesa enfática da aplicação da Lei da Ficha Limpa e disse que "ficha-suja está fora do jogo democrático". "Isso será discutido ainda. Agora chega", disse a jornalistas, durante sessão de cumprimentos a Fux no TSE.
Reforço
O reforço na defesa de Lula com a chegada de Sepúlveda contou com o aval do próprio ex-presidente. Conforme o jornal "O Estado de S. Paulo" adiantou no dia 28 de janeiro, o nome de Sepúlveda vinha sendo cogitado para integrar a defesa do ex-presidente desde antes da condenação a 12 anos e um mês de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
Segundo pessoas próximas ao ex-ministro do STF, não houve acordo porque Sepúlveda defendia o banqueiro André Esteves, o que poderia gerar conflito de interesses. Advogados, contudo, relataram que o motivo da divergência foi o fato de Zanin não abrir mão de fazer a sustentação oral no TRF-4.
Após a confirmação da condenação em Porto Alegre pela 8ª Turma do tribunal, que aumentou a pena imposta a Lula pelo juiz Sérgio Moro, as pressões aumentaram. Dirigentes petistas passaram a defender a contratação de um "medalhão", já que Zanin nunca foi especialista em direito criminal.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta