Se o primeiro turno fosse hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria com 45% dos votos. Logo atrás, o presidente Jair Bolsonaro (PL) viria com 31%. É isso o que mostra uma nova pesquisa feita pela Genial/Quaest, realizada entre o mês de março e abril.
Ao todo, duas mil entrevistas foram feitas entre 30 de março e 03 de abril, em 127 municípios. Os dados levantados mostram que, em um primeiro turno, Lula teria 45% das intenções de voto contra 31% de Bolsonaro. No mês passado, o ex-presidente tinha 46% contra 26% do atual presidente. É a primeira vez que Bolsonaro aparece acima dos 30% da intenção de votos. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
A diferença na intenção dos votos entre Lula e Bolsonaro caiu seis pontos. A queda aconteceu em decorrência das movimentações políticas do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) e do ex-governador de São Paulo, João Dória (PSDB). A indecisão de Moro em lançar a candidatura e as dificuldades que Dória enfrenta dentro de seu partido fizeram os eleitores que buscavam uma terceira via cogitar o apoio ao atual presidente.
"Estamos vendo dois fenômenos: a volta dos eleitores do presidente ao ninho bolsonarista e o desencanto dos eleitores com o possível surgimento de uma terceira via. Há uma tendência de os votos do Moro, principalmente, migrarem para o Bolsonaro", observa o CEO da Quest, Felipe Nunes.
Segundo a pesquisa, se Moro saísse hoje, dos seis pontos que apresenta nas intenções de voto, dois iriam para Bolsonaro e os outros quatro seriam divididos entre Lula, o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT) e o próprio Dória. Hoje, as intenções de voto em Ciro oscilam entre 5% e 7%, de acordo com o cenário. O número de brancos/nulos também cresceu.
Além disso, pela primeira vez, o índice de rejeição do ex-governador João Dória ultrapassa o do presidente Jair Bolsonaro. Ele alcançou 63% contra 61% do presidente. A pesquisa ainda mostra que o número de indecisos caiu de 48% para 46%, e que 64% dos eleitores que já escolheram um candidato dizem que não mudam mais. Esse número equivale a 69% entre os apoiadores de Bolsonaro e 76% entre os que preferem o Lula.
Pela pesquisa, é possível considerar que a avaliação do governo tem dado sinais de recuperação. Hoje, 47% dos brasileiros classificam a administração de Bolsonaro como negativa. No mês passado, eram 49%. Em compensação, 26% dos brasileiros consideram positiva a administração do governo. Antes, esse número era de 24%.
A pesquisa Genial/Quaest trabalha com metodologia inédita de acompanhamento da opinião pública brasileira, começando em julho de 2021 e se estendendo até novembro de 2022. Ao todo, serão 24 rodadas de pesquisa nacional, cada uma delas com duas mil coletas domiciliares face a face, realizadas nas 27 unidades da federação e abrangendo 123 municípios. O nível de confiança da pesquisa é de 95%, com margem de erro máxima de 2%, para cima ou para baixo, em relação ao total da amostra.
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