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Petrobras em Vitória: construção teve sobrepreço e foi alvo da Lava Jato

Petrobras em Vitória: construção teve sobrepreço e foi alvo da Lava Jato

A sede foi feita por um consórcio formado por Odebrecht, Camargo Corrêa e Hochtief. A construção foi conquistada por conta da organização das empresas em cartel

Publicado em 25 de agosto de 2019 às 21:16

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Sede da Petrobras em Vitória, na época da inauguração, em 2012. (Carlos Alberto Silva)

Para além de curva na reta e de vidros belgas, o maior problema gerado na construção da sede da Petrobras na Reta da Penha foi a distribuição de dinheiro público em propinas e o sobrepreço em obra faraônica. Tudo veio à tona com a Operação Lava Jato e, até hoje, investigações paralelas seguem à espera de desfecho. Inaugurado em 2012, o prédio custa R$ 176 milhões por ano à companhia.

O prédio apareceu na Lava Jato em junho de 2015, na Erga Omnes, a 14ª fase da operação. A etapa marcou a prisão de executivos como Marcelo Odebrecht. A descoberta de pagamentos de vantagens durante a obra de Vitória ajudaram o então juiz federal Sergio Moro - atual ministro da Justiça -a embasar a ordem de prisão dos empresários.

A sede foi construída por um consórcio formado por Odebrecht, Camargo Corrêa e Hochtief. Mas a construção 2003, também foi conquistada por conta da organização das empresas em cartel. Cerca de R$ 10 milhões em propinas foram distribuídos, segundo as investigações, por meio de contratações de falsas empresas de consultoria.

CLUBE DE EMPREITEIROS

As revelações sobre cartel e propina apareceram em investigações da força-tarefa da Lava Jato e em colaborações premiadas de ex-executivos. A própria Odebrecht, em várias oportunidades, revelou que um clube de empreiteiros definia como as grandes obras seriam rateadas entre eles, sempre com aparência de concorrência legal.

A ação penal contra três pessoas apontadas como intermediárias e destinatárias das propinas aguarda sentença da Justiça Federal do Paraná desde o ano passado, conforme consta no andamento processual. Entre elas, um ex-gerente da obra. Ele era funcionário da Petrobras, mas acabou demitido por "justa causa"

Sede da Petrobras na Reta da Penha. (G1)

Providências sobre desmandos na obra da sede de Vitória não foram tomadas apenas pela Justiça. A pedido do

, o

abriu uma fiscalização. E concluiu que as coisas não andaram nada bem. Juntando sobrepreço, edital obscuro e financiamento desvantajoso,

.

Após as constatações, o tribunal determinou abertura de uma tomada de contas especial. Isso servirá para apontar os responsáveis pela má destinação dos recursos. O processo está em apuração no TCU.

Paralelamente, há, ainda, uma apuração do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A entidade está, especificamente, debruçada na investigação de cartel para obtenção do contrato da obra.

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O processo de implantação da sede em Vitória começou ainda em 2003. O prédio, de 103 mil metros quadrados, foi inaugurado em 2012. Inicialmente, custaria R$ 90 milhões. Mas a construção foi contratada por R$ 486 milhões. Com aditivos, o preço final ficou em R$ 567,4 milhões.

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