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PF apreende documentos e computadores na casa de Rose de Freitas em Vitória

PF apreende documentos e computadores na casa de Rose de Freitas em Vitória

Mandado de busca e apreensão foi cumprido pela PF, que deflagrou, nesta quarta-feira (12), a Operação Corsários. É investigada uma organização criminosa que atuava na Codesa, estatal federal que administra o Porto de Vitória

Publicado em 12 de maio de 2021 às 12:58- Atualizado há 4 anos

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Residência da senadora Rose de Freitas em Fradinhos, Vitória
Residência da senadora Rose de Freitas em Vitória foi alvo de buscas. (André Falcão)

Polícia Federal apreendeu documentos e computadores em uma casa da senadora Rose de Freitas (MDB), localizada em Vitória, nesta quarta-feira (12) e no apartamento funcional da parlamentar, em Brasília. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos como parte da Operação Corsários, que investiga uma organização criminosa que atuava na Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), estatal federal que administra o Porto de Vitória e tem sede na Capital do Estado.

No momento do cumprimento dos mandados, Rose estava em Brasília e disse ter sido surpreendida com a ação da Polícia Federal. Já em Vitória, havia apenas um funcionário responsável pela limpeza da casa. As investigações apontam que a parlamentar capixaba indicava pessoas a serem nomeadas no órgão com a finalidade de desviar recursos públicos da área portuária.

Os mandados de prisão temporária e busca e apreensão foram expedidos pelo ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), já que há o indício de envolvimento da senadora, que tem prerrogativa de foro. Três pessoas foram presas. 

No total, foram cumpridos dois mandados de prisão temporária e 10 mandados de busca e apreensão em residências e empresas nos municípios de Vitória, Cariacica e Serra, no Espírito Santo, e em Brasília, no Distrito Federal, o sequestro de bens e valores, além da prisão em flagrante de um dos investigados pelo crime de porte ilegal de arma, em Brasília. Ele foi liberado após pagamento de fiança. O valor não foi divulgado. 

Os dois alvos de mandados de prisão são um irmão da senadora, Edward Freitas, e um primo e assessor parlamentar dela, Ricardo Saiter.

Edward de Freitas e Ricardo Saiter Mota foram presos pela Polícia Federal. Eles são, respectivamente, irmão e primo da senadora Rose de Freitas(Vitor Jubini)

De acordo com a Polícia Federal, os crimes teriam acontecido entre os anos de 2015 e 2018, com direcionamento de certames e desvio de recursos públicos dos contratos firmados com as prestadoras de serviços.

A investigação contou com a colaboração da atual gestão da Codesa, que, em auditoria realizada, estima que somente em dois dos contratos auditados a organização criminosa pode ter desviado cerca de R$ 9 milhões.

Para receber os recursos desviados, o grupo investigado utilizava um escritório de advocacia, responsável por simular a prestação de serviços advocatícios para lastrear a movimentação dos valores. As investigações revelaram ainda que a lavagem do dinheiro ilegal também ocorria por meio da compra de imóveis de luxo e do pagamento de despesas pessoais dos envolvidos.

A operação contou com a participação de 44 policiais federais. São investigados o cometimento de crimes de concussão, corrupção passiva, corrupção ativa, organização criminosa, fraude a licitações e lavagem de capitais.

O OUTRO LADO

Rose de Freitas, senadora do ES pelo MDB. Rose ja foi deputada estadual e federal.
Rose de Freitas é senadora do Espírito Santo pelo MDB. (Gustavo Lima)

Por meio de nota, a senadora Rose de Freitas (MDB) afirmou que nunca cometeu "nenhum ato ilícito ao longo dos oito mandatos exercidos na vida pública". A parlamentar disse ter sido surpreendida pelos mandados de busca e apreensão e pelas prisões dos familiares. 

Confira a nota completa enviada pela senadora:

Fui surpreendida hoje, às 9h, pelo mandado de busca e apreensão expedido pelo ministro Nunes Marques, do STF, no meu apartamento funcional onde resido, em Brasília. Desconheço, até o momento, as razões do mandado e reafirmo não ter cometido qualquer ato ilícito ao longo dos oito mandatos exercidos na vida pública. Fui igualmente surpreendida pelas prisões de meu irmão e de meu assessor, realizadas no estado do Espírito Santo.

Confio no reestabelecimento da verdade e na apuração das possíveis motivações que ensejaram tamanha agressão. Identifico claramente uma tentativa de desabonar minha honra e dignidade. Não cederei a pressões de qualquer natureza, venham de onde vierem. Providências legais cabíveis estão sendo tomadas para que os fatos sejam devidamente esclarecidos e apurados. Sempre exerci com coragem, ética e dedicado trabalho os mandatos que honradamente recebi do povo do Espírito Santo. Todos os demais esclarecimentos serão prestados pelos nossos advogados, que se pronunciarão oportunamente.

A Codesa também foi demanda para se posicionar sobre a operação, mas disse que as informações ficariam a cargo da Polícia Federal.

Com informações de André Falcão e Bruno Dalvi. 

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