A Polícia Federal (PF) cumpriu, na manhã desta quinta-feira (8), nove mandados de busca e apreensão para combate a crimes eleitorais e de lavagem de dinheiro. Os mandados para a operação “Freeloader” (“Aproveitador”, em tradução livre) foram expedidos pela 26ª Zona Eleitoral da Serra, com alvos na cidade de origem, em Vitória e também em Cariacica. Durante a operação, foram apreendidos telefones, documentos e R$ 6,7 mil em dinheiro.
Um dos alvos da operação é o vice-prefeito da Serra, Thiago Carreiro (União Brasil). A PF aponta desvio de recursos eleitorais quando ele foi candidato a deputado federal nas eleições de 2022.
“No curso das investigações, foram colhidos fortes elementos de que um candidato ao cargo de deputado federal, durante o período eleitoral de 2022, teria praticado, em conluio com diversas pessoas físicas e jurídicas, fraudes com o propósito de se apropriar de recursos da campanha”, divulgou a polícia.
A análise da prestação de contas do candidato, que, na época ocupava cargo eletivo, comprovou que foi feita a contratação de duas empresas para realização de atividades de marketing eleitoral. Entretanto, a investigação constatou que apenas uma das empresas teria executado os serviços.
“Ficou demonstrado, ainda, que a outra empresa teria recebido o valor de R$ 225 mil sem a execução de qualquer serviço, além de ter realizado diversas transferências bancárias para pessoas físicas e jurídicas ligadas à campanha, numa demonstração de que estava sendo utilizada para pulverizar recursos eleitorais não declarados”, complementou a PF.
Paralelamente, o candidato (que não foi identificado), também teria contratado serviços em valores superfaturados que ultrapassaram, em mais de 1.200%, os valores de mercado.
Entre tais serviços, estava a contratação de dois assessores do gabinete do próprio candidato (que estavam licenciados durante o período eleitoral) para que atuassem como coordenadores da campanha, pelo valor de R$ 60 mil cada um. Também teriam sido contratados outros dois coordenadores de campanha, pelo valor de R$ 35 mil e R$ 36 mil, respectivamente.
Segundo a PF, pelas fraudes identificadas, os envolvidos podem responder pelos seguintes crimes:
A Prefeitura da Serra informa que a operação da Polícia Federal, deflagrada na manhã desta quinta-feira (08), não tem qualquer relação com os atos da administração municipal e que foi direcionada a pessoa do vice-prefeito, Thiago Carreiro. O município se coloca à disposição das autoridades para observar as determinações legais e contribuir com qualquer investigação que dependa do poder público.
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