A Polícia Federal no Espírito Santo vai investigar uma publicação feita em uma rede social que dirige ataques ao senador Fabiano Contarato (Rede) e expõe a imagem do seu filho. O parlamentar registrou boletim de ocorrência no início da noite desta segunda-feira (15) após o post viralizar nas redes sociais.
A publicação traz uma foto foi tirada durante a manhã de segunda, quando Contarato levou o filho de 7 anos à praia em Vila Velha. Segundo a PF, a postagem será "objeto de investigação pois, além de agressivas, também expuseram a fotografia do filho do senador, que é menor".
O senador foi ouvido na Superintendência da PF no Estado e as medidas iniciais necessários à investigação já foram adotadas. A imagem está sendo "encaminhada com frequência" por mensagens de WhatsApp, como mostra abaixo. Os rostos foram borrados por A Gazeta para não expor a criança e os anônimos.
O senador relatou que horas após o passeio na praia, recebeu prints do post atribuído ao perfil de Giovani Loureiro no Facebook. A postagem traz uma foto do senador e do filho na praia, chama Contarato de "infeliz" e "sem vergonha", ainda diz que ele levou "o filho adotivo para fazer 'marketing'".
Em nota à imprensa, Contarato classificou o tom da publicação como preconceituoso. "Uma postagem preconceituosa que me agredia e destilava inadmissível ódio contra meu pequeno Gabriel", diz.
Sobre os xingamentos, o senador afirmou: "Nada foi tão doloroso, porém, quanto ver seu ultraje gratuito contra o Gabriel, uma criança inocente de sete anos, que teve sua imagem exposta nas redes e foi menosprezado apenas por ser meu filho e, sobretudo, por ser fruto de uma adoção."
Contarato disse que foi à praia a pedido do filho e que sabia que poderia ser vítima de algum ataque. "Receando alguma intercorrência dessa natureza, assenti ao pedido de meu filho, advertindo-o de que teríamos que deixar a praia, caso alguém nos importunasse durante o passeio".
O senador explicou na nota que, durante o passeio, não chegou a ser abordado pelo homem, tomando conhecimento das críticas apenas depois, pelas redes sociais.
A Gazeta conseguiu falar com o autor do post nesta quarta-feira (17). Giovani Loureiro disse que se arrepende profundamente e pediria desculpas ao parlamentar.
Questionado por A Gazeta sobre o conteúdo da publicação, Loureiro afirmou que não teve a intenção de criticar o senador pessoalmente, mas em relação à postura política. “Eu votei nele, as propostas eram paralelas com a do presidente Jair Bolsonaro, jamais essa reação reacionária que está tendo agora”, disse.
"Eu me arrependo profundamente de ter feito isso. Realmente me arrependo, eu não sabia que ia ter uma repercussão tão grande assim", afirmou.
A produção da TV Gazeta também enviou uma mensagem direta para o perfil que publicou o texto, mas não teve retorno.
Assim que houver resposta, essa reportagem será atualizada.
Após cumprir missão oficial na COP-26 e passar dias longe de minha família, recebi, na manhã desta segunda-feira (15), um pedido irrecusável do meu filho Gabriel, de sete anos: “Papai, me leva na praia pra fazer castelinho de areia!”, disse ele.
Já fui vítima de inúmeros radicais bolsonaristas, que se sentem autorizados a assediar aqueles que rejeitam suas teses políticas anti-civilizatórias. Ainda que ninguém tenha direito de constranger alguém por divergências políticas, sempre entendi se tratar de um preço a ser pago por ter optado pela vida pública.
Receando alguma intercorrência dessa natureza, assenti ao pedido de meu filho, advertindo-o de que teríamos que deixar a praia, caso alguém nos importunassse durante o passeio. Fomos, então, à Praia de Itapuã, hoje, por volta das 11h30, e fiquei feliz por proporcionar esse momento módico de lazer ao meu pequeno Gabriel.
Tudo parecia correr bem: retornamos, após esse breve passeio recreativo, sem qualquer inconveniente. Algumas horas depois, recebi um print, primeiro no Whatsapp e, após, em minha conta no Instagram, dando conta de uma postagem preconceituosa que me agredia e destilava inadmissível ódio contra meu pequeno Gabriel.
A postagem do Sr. Giovani Loureiro me chamava de “lixo”, “traidor”, “infeliz”, “sem vergonha” e “senador de merda”. Nada foi tão doloroso, porém, quanto ver seu ultraje gratuito contra o Gabriel, uma criança inocente de sete anos, que teve sua imagem exposta nas redes e foi menosprezado apenas por ser meu filho e, sobretudo, por ser fruto de uma adoção. O ódio é uma doença perversa: desumaniza suas vítimas e as submete a toda sorte de violência.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu art. 18, diz ser “dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor”.
Não tolerarei qualquer ato de agressão aos meus filhos e à minha família. Não me intimidarão com esses ataques desprezíveis. Registrei um boletim de ocorrência na Polícia Federal, hoje, e providenciarei a responsabilização do autor desta agressão.
Espero que, caso o Sr. Giovani Loureiro seja pai, possa refletir sobre esse ato infame e não repita essa vileza contra crianças inocentes, que não podem ser detratadas por querelas de ordem política. Os interesses de menores indefesos devem ser colocados acima de tudo isso.
Em minha casa, o amor sempre vencerá o ódio!
O autor da postagem com ataques a Fabiano Contarato (Rede) e uma foto do filho do senador exposta, Giovani Loureiro respondeu a demanda da reportagem após a divulgação desta matéria. Ele disse que se arrepende profundamente e pediria desculpas ao parlamentar. As informações foram incluídas no texto.
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