Mesmo publicando vídeos nas redes sociais mostrando o local exato onde está — em frente ao 38º Batalhão de Infantaria do Exército, na Prainha, em Vila Velha —, o pastor Fabiano Oliveira ainda não foi detido. A prisão preventiva dele foi decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, por integrar milícias digitais e movimentos antidemocráticos no Espírito Santo. Afinal, por que ele não foi detido pela Polícia Federal?
De acordo com o delegado Eugênio Ricas, superintendente da PF no Estado, o mandado ainda não foi cumprido porque não há segurança para a ação em meio à multidão que se concentra na frente do quartel.
O delegado também afirmou que o Ministério Público tem sido notificado a todo tempo sobre a situação e pode acionar a Polícia Militar caso acho conveniente.
"Como somos polícia judiciária, não temos efetivo, nem equipamentos menos letais para atuar imediatamente numa situação como essa, sem gerar riscos para todos os envolvidos. Os mandados devem, e serão cumpridos, estamos planejando e avaliando o melhor momento para que inocentes não tenham sua integridade física ameaçada", finalizou Ricas.
Em um vídeo publicado neste sábado (17) nas redes sociais, Fabiano Oliveira reforçou que continua em frente ao Exército na Prainha e agradeceu aos manifestantes (que estão lá protestando contra a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições) por não terem deixado a PF prendê-lo.
Além do pastor Fabiano, apontado como líder do grupo Soberanos da Pátria, o radialista e suplente de deputado estadual Maxcione Pitangui (PTB) também está foragido. A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) confirmou, em nota, que nenhum deles deu entrada no sistema prisional até este sábado.
A reportagem de A Gazeta pediu mais detalhes ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES) sobre quais medidas serão tomadas para prender o pastor. Se houver retorno, o texto será atualizado.
As investigações do MPES apontam o pastor Fabiano como uma das lideranças dos “movimentos criminosos e antidemocráticos que atacam o sistema eleitoral”. Nas redes sociais, ele se identifica como líder de dois grupos de extrema-direita, o B22 e o Soberanos da Pátria.
Além de participar de atos antidemocráticos, o MPES afirma ainda que o pastor faz ataques ao Supremo em postagens no Twitter. Uma conta pessoal e outra do grupo Soberanos da Pátria aparecem agora como suspensas na plataforma.
Max Pitangui, que foi candidato a deputado estadual pelo PTB em 2022, mas não se elegeu, também é apontado como liderança dos movimentos antidemocráticos no Espírito Santo.
Além dos pedidos de prisão, o ministro Alexandre de Moraes determinou busca e apreensão em um endereço relacionado a Max em Laranjeiras, na Serra, e em um veículo. Em Vila Velha, foi cumprido um mandado de busca e apreensão em um apartamento e em um veículo relacionados ao pastor Fabiano.
Também foi determinada a quebra de sigilo telefônico, dos arquivos armazenados na nuvem (inclusive registros de deslocamentos de Uber), conteúdos de contas de e-mail e o bloqueio das páginas de Facebook, Instagram, Twitter e YouTube relacionados a Fabiano, Max e ao grupo Soberanos da Pátria. Também deve ser bloqueado o canal de Telegram do Soberanos da Pátria.
Desde a última quinta-feira (15), A Gazeta tem buscado contato da defesa de Fabiano Oliveira e Max Pitangui, mas até o momento não houve sucesso. Caso entrem em contato, este texto será atualizado.
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