Sem surpresas, o PP aprovou o apoio à reeleição do governador Renato Casagrande (PSB) durante convenção estadual do partido realizada neste sábado (30). A novidade foi a unanimidade da sigla em torno do apoio, uma vez que algumas lideranças da legenda chegaram a bradar aos quatro cantos que o PP deixaria a aliança com Casagrande caso o PT entrasse. O Partido dos Trabalhadores é, junto com o bolsonarista PP, um dos 11 partidos que estará na coligação do governador.
No entanto, o PP deixou em aberto para quem irá o apoio oficial do partido na disputa para senador. Caberá à Executiva estadual do partido dar continuidade às negociações, que poderão se estender até o prazo final para registro de candidaturas, no dia 15 de agosto.
A senadora Rose de Freitas (MDB), que será a candidata oficial da chapa de Casagrande para o Senado, tem conversas agendadas com a direção do PP, mas há lideranças no partido que defendem o apoio ao presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), também pré-candidato a senador. Um terceiro nome para o Senado que contaria com apoio de algumas lideranças do PP é o coronel Alexandre Ramalho (Podemos), que ainda tenta viabilizar sua candidatura avulsa.
Com esses posicionamentos divergentes no âmbito interno, nos bastidores já é dado como certo que o PP deixará os filiados livres para apoiarem quem quiserem. Até porque, estando oficialmente na chapa de Casagrande ao governo, só restaria ao partido se unir formalmente com a candidata oficial da coligação para senador, que será Rose de Freitas.
Oficialmente, entretanto, o presidente estadual do PP, Marcus Vicente, ressaltou que o objetivo do partido é conversar com todos os candidatos.
Questionado sobre a possibilidade de apoio informal a Erick, ventilada durante a convenção, reiterou: "Vamos conversar com todos os candidatos. Todos, sem nenhuma exceção".
Durante o evento, que contou com a participação de Casagrande e do candidato a vice-governador Ricardo Ferraço (PSDB), o PP também lançou chapa completa para a disputa à Câmara dos Deputados e à Assembleia Legislativa. No mercado político, a aposta é de que o partido consiga eleger três deputados federais - atualmente tem quatro com mandato: Da Vitória, Evair de Melo, Neucimar Fraga e Norma Ayub - e o mesmo número de deputados estaduais, no mínimo.
Em seu discurso aos convencionais do PP, Casagrande ressaltou a importância do partido, presidido pelo ex-deputado federal e seu ex-secretário estadual de Saneamento Urbano, Marcus Vicente, a quem teceu vários elogios. Ele era um dos cotados para a vaga de vice, que acabou ficando com Ferraço, e o PP também chegou a pleitear uma vaga para o Senado, cujo cotado era Da Vitória, mas abriu mão para estar na coligação de Casagrande.
"O PP fará de três a quatro deputados federais e de três a quatro deputados estaduais. O PP é o partido mais estruturado em termos de bancada federal que temos no Espírito Santo. Não é qualquer partido que tem a capacidade de apostar nessa expectativa", discursou Casagrande em afago aos apoiadores do partido.
Em relação à campanha eleitoral, o governador ressaltou que não vai mirar em nenhum adversário. "Eu não faço política destruindo adversários. Faço política construindo o nosso projeto", enfatizou.
Pouco antes, contudo, coube ao vice da chapa dar o recado aos adversários no discurso aos convencionais do PP, depois de agradecer a Marcus Vicente e ao partido pelo apoio ao projeto político liderado por Casagrande.
"Vamos manter o Espírito Santo no rumo certo e impedir que aventuras políticas possam tomar de assalto o que tem sido construído pelo governador. A campanha será do mais elevado nível da nossa parte. Mas também estaremos preparados para rebater com muita energia qualquer ataque dos adversários", garantiu Ferraço.
A convenção também contou com discursos de todos os candidatos homologados para concorrer a uma vaga de deputado federal e estadual. Cada candidato teve direito a discursar após a leitura da chapa e muitos aproveitaram para enfatizar o apoio do partido à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). A principal liderança bolsonarista do partido, o deputado federal Evair de Melo (PP) deixou o evento, onde integrava a mesa, antes da chegada do governador Casagrande.
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