A saída do ex-secretário municipal de Cultura, Luciano Gagno, da gestão do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), abriu espaço para ele abrigar o PP em seu governo, uma parceria que pode render frutos para 2024. A entrada da legenda no governo chegou a ser ensaiada há alguns meses, mas não foi adiante devido à recusa do vereador Anderson Goggi (PP) em ocupar o posto de secretário municipal.
Agora, a indicação de um nome para ocupar a vaga aberta na administração municipal deve ficar mesmo com o PP, de acordo com informações de aliados do prefeito. Os dirigentes do PP afirmam que ainda vão conversar a respeito, mas sinalizam que a parceria é possível no momento. Além disso, a entrada do Progressistas no governo municipal fortalece o movimento em torno de uma possível aliança entre PP e Republicanos em Vitória para as eleições do próximo ano.
Oficialmente, Luciano Gagno deixou a gestão de Pazolini a pedido, conforme ato publicado na terça-feira (1º), no Diário Oficial de Vitória. Ele foi nomeado, na mesma data, para ocupar um cargo de assessor especial na Secretaria Municipal de Governo.
Nos bastidores, no entanto, a informação é de que a saída do ex-secretário serviu a dois objetivos: o primeiro, atrair o PP para a base governista; o segundo, dar mais um passo no processo de apaziguamento com a Câmara de Vitória, uma vez que o ex-secretário de Cultura passou por desgastes com os vereadores do município quando foi ao Legislativo municipal dar explicações sobre contratações de shows, o que também deixou a gestão exposta.
Em nota enviada nesta quarta-feira (2) à reportagem de A Gazeta, a Prefeitura de Vitória informa que "reconhece o valoroso trabalho realizado pelo secretário municipal de Cultura, Luciano Gagno, que, durante dois anos e meio, esteve à frente da pasta". A nota traz ainda detalhamento e valores dos principais projetos tocados por ele nesse período. "No último um ano e meio, o crescimento dos investimentos foi de mais de 205%, ou seja, mais que o triplo do ano anterior. Em 2021, o setor recebeu R$ 2.717.960,00, já em 2022, o valor subiu para R$ 8.313.468,69", acrescenta a nota.
Explicada a saída do secretário, a entrada do novo nome ficou sem resposta oficial. A prefeitura não respondeu quem vai comandar a pasta da Cultura nem quando o nome será anunciado até a noite desta quarta-feira (2).
Questionado sobre a possível indicação de um dos quadros do partido para a vaga, o deputado federal Da Vitória, presidente estadual do PP, disse que pretende conversar com o prefeito entre a próxima sexta-feira (4) e segunda-feira (7) para tratar do assunto, "já que tem um movimento nesse sentido".
Embora frise que a parceria na atual gestão não significa, automaticamente, uma aliança para 2024, já que ainda tem muita discussão para acontecer até o processo eleitoral efetivo, Da Vitória ressaltou que "as iniciativas são importantes" e que Pazolini tem buscado conversar com o PP.
"O projeto político futuro é um outro diálogo que o Progressistas tem discutido em cada município. Isso passa por afinidade, por boa relação e, primeiro, pela manifestação do líder político ou da pessoa querer ser candidato. Agora, contribuir com uma gestão é diferente de você estar pactuando parceria política", pontuou.
Sobre eventual desgaste da relação do PP com o governador Renato Casagrande (PSB), de quem o partido é aliado, por causa da possível parceria da legenda com Pazolini, que se afastou de Casagrande há mais de um ano, o presidente estadual do partido disse que acredita estar "num tempo de diálogo" muito bom com o governador.
Em maio, o PP entrou em crise com o Palácio Anchieta depois da primeira tentativa de entrar na gestão de Vitória. A crise só teve fim recentemente, quando o presidente estadual do partido e o governador voltaram a se reunir e foi anunciada a permanência da sigla na gestão estadual.
"Converso com o governador cotidianamente. Ele é a maior liderança do nosso Estado. Estamos compartilhando muitas agendas para que o Estado possa avançar. Ele tem muito mais tempo de vida pública do que eu e tem maturidade para compreender a condução de um partido, principalmente o Progressistas, que tem lideranças históricas e muitas estão colaborando com o governo dele", acrescentou Da Vitória.
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