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Pré-candidato sai da disputa em Marataízes após sofrer ataques nas redes

Pré-candidato sai da disputa em Marataízes após sofrer ataques nas redes

Guilherme Nascimento disse ter recebido ligações telefônicas ameaçadoras e sido ofendido nas redes sociais; Psol lamenta retirada da pré-candidatura e afirma que não vai apoiar outra chapa

Publicado em 27 de junho de 2024 às 18:32

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Guilherme Nascimento, presidente municipal do Psol em Marataízes.
Guilherme Nascimento disse que vai focar nas atividades do projeto cultural “Casa Roxa”, fundado por ele. (Arquivo pessoal)
Julia Camim
Jornalista / [email protected]

O presidente do Psol em Marataízes, Guilherme Nascimento, desistiu de concorrer ao cargo de prefeito da cidade no pleito de outubro após sofrer ameaças. Em conversa com A Gazeta nesta quinta-feira (27), o educador disse que a decisão foi tomada para garantir a integridade dele e de sua família e para focar nas atividades do projeto cultural “Casa Roxa”, fundado por ele.

“Surgiu a figura de uma mulher e ela começou a me ameaçar (por telefone). Disse que ia acabar com minha vida, com o espaço cultural e com a minha pré-candidatura”, relata Nascimento.

Após bloquear números e contas suspeitas, o produtor cultural conta também ter sido abordado presencialmente, na porta de casa, por outra pessoa. “Foi aí que eu percebi que a coisa estava saindo do controle e eu precisava me resguardar”, afirma o psolista.

Orientado por um advogado, o candidato à prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim no pleito de 2020 ainda não registrou um boletim de ocorrência e afirma que, se o fizer, será apenas para resguardar sua vida. “Não tenho a intenção de prejudicar essas pessoas. Acredito que a retirada da minha pré-candidatura é suficiente para acalmá-las”, afirma.

Para Nascimento, o que motivou os ataques a sua pré-candidatura foi a defesa de bandeiras como a democratização da arte, os direitos da população LGBTQIA+ e da juventude periférica no município. Além das ameaças a sua integridade, o psolista conta que também recebeu diversos ataques nas redes sociais que relacionavam o partido à imoralidade e a práticas ilícitas.

“Essa situação é um raio X da cidade. Mostra que ainda tem muito preconceito, muita gente intolerante que acha que tem gente que não deve ocupar esse espaço de representação social”, lamenta Nascimento. “Essas pessoas podem achar que elas ganharam, mas a política que eu faço é a política de transformação social a partir da arte e da cultura. Então, vou continuar fazendo política. Vou continuar levando arte, cultura e esporte para as comunidades”, declara o produtor cultural.

Avaliando o cenário político da cidade, Nascimento considera que faltam opções progressistas em Marataízes. Para ele, sem a chapa do Psol, que tinha como pré-candidata a vice a artista indígena Thamilles Rodrigues, uma parte da população ficará sem opções de voto e sem chances de ser representada.

Até então, são pré-candidatos à prefeitura o vereador Luiz Carlos Almeida (Republicanos), escolhido pelo atual prefeito, Tininho Batista (PSB), como seu sucessor; o ex-prefeito Toninho Bitencourt (Podemos); e o atual vice-prefeito, Jaiminho Machado (PL). O presidente municipal do Psol afirma que o partido não vai apoiar nenhuma chapa e deve, nos próximos dias, entregar aos pré-candidatos um documento com propostas do seu plano de governo que poderão ser incorporadas nos projetos adversários.

O diretório estadual do Psol também vê como prejudicial ao município a retirada da pré-candidatura de Nascimento. Para a legenda, o produtor cultural seria capaz de fazer política de um jeito jovem e com foco na classe trabalhadora. “Marataízes sai perdendo, infelizmente, e vai seguir presa ao mesmo circuito da velha política capixaba”, declarou a presidente estadual do partido, Ane Halama.

De forma esperançosa, Nascimento confirmou que deve voltar às urnas em 2026 para disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) ou na Câmara dos Deputados. Ressaltando a importância da deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) e da ministra dos povos indígenas, Sonia Guajajara, o educador afirma que pessoas preocupadas com os grupos marginalizados devem permanecer ativas no espaço público para ocupar cada vez mais lugares de poder.

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