O prefeito de Água Doce do Norte, no Noroeste do Espírito Santo, Paulo Márcio Leite Ribeiro (PSB), segue intubado na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Maternidade São José, de Colatina, e seu quadro clínico é considerado delicado. A informação foi confirmada na tarde desta quinta-feira (16) pelo secretário municipal de Saúde, Nilson Botelho.
O político foi diagnosticado com coronavírus e foi internado no último dia 7 de julho. De acordo com o secretário, Paulo Márcio apresentou uma evolução nos níveis de oxigenação, mas segue com um quadro clínico considerado crítico. "A saturação dele melhorou um pouco, precisamos nos apegar a essas boas notícias, estamos todos torcendo pela recuperação dele", afirmou o secretário. Segundo ele, o prefeito é considerado do grupo de risco, pois já realizava tratamentos cardíacos e pulmonares.
Desde a última terça-feira (16), a cidade está sendo governada pelo vice-prefeito, Jacy Donato (PV). A situação política do município ganhou repercussão após a internação de Paulo Márcio e a constatação da ausência do vice-prefeito, que admitiu que morava há um ano e meio nos Estados Unidos. O Portal da Transparência da prefeitura de Água Doce registra o pagamento de salários a ele durante todo o período em que esteve fora da cidade. Ainda não há uma decisão da prefeitura sobre uma possível devolução dos valores pelo vice.
Por uma semana, o prefeito continuou sob o comando oficial da cidade, mesmo internado, e contando com a coordenação da secretária de Administração, Edilamar Araújo Dias, e dos demais secretários. No último domingo (12), o presidente da Câmara, Rodrigo Gomes (PV), entrou em contato com o vice-prefeito, informando-o sobre a impossibilidade de Paulo Márcio voltar logo ao cargo, devido ao seu estado de saúde. Jacy retornou para a cidade na terça-feira, e após tomar posse no cargo, conversou com vereadores e se reuniu com secretários.
Jacy Donato declarou que conversava com o prefeito e servidores da prefeitura, mesmo morando no exterior. Ao ser questionado por que não abriu mão dos salários ou renunciou ao cargo para deixar o país, ele disse ter agido "dentro da lei" e que se tivesse renunciado, "não poderia assumir o município, caso houvesse necessidade, como agora".
A Câmara de Água Doce do Norte deve votar na próxima sessão, marcada para o dia 27, uma emenda à Lei Orgânica do município para impedir que o prefeito e o vice-prefeito deixem o país por mais de 15 dias sem autorização do Legislativo. De acordo com o presidente da Câmara, já há unanimidade entre os vereadores para a aprovação da emenda, que precisa ser votada em dois turnos.
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