O político Francisco Vervloet, o Chicão (PSB), renunciou ao cargo de prefeito de Conceição da Barra. A renúncia foi protocolada na Câmara Municipal na tarde desta segunda-feira (30). A posse do novo prefeito está marcada para esta terça, às 10h, na sede do Poder Legislativo. Durante o mês de dezembro o município será comandado pelo até então vice-prefeito, Jonias Dionísio Santos (PROS), mais conhecido como Dionísio de Braço do Rio.
O Chicão avisou para mim na sexta-feira que iria renunciar. Ele já falava disso há algum tempo, porque pensava em se afastar do cargo para resolver questões pessoais, contou Dionísio, sem entrar no mérito de quais seriam as questões pessoais que motivaram a renúncia.
O novo prefeito vai comandar Conceição da Barra durante todo o mês de dezembro e disse que a intenção é facilitar o processo de transição com Walyson José Santos Vasconcelos, mais conhecido como Mateusinho do Povão, do PTB, que foi eleito prefeito da cidade na votação do dia 15 de novembro. Eleito para assumir a cidade a partir de janeiro, Mateusinho é o atual presidente da Câmara.
Tenho uma relação muito boa com o Mateusinho e não quero atrapalhar esse processo de transição. Vou fazer o que for possível para ser uma transição tranquila.
Um fato que chama a atenção na renúncia repentina de Chicão é que recentemente o político foi candidato à reeleição. Ele teve 21,90% e ficou na terceira colocação, atrás de Mateusinho do Povão e Toninho de Deus (Patriota). Vale destacar que Chicão concorreu à reeleição com a candidatura sub judice, uma vez que a Justiça Eleitoral negou o seu registro de candidatura.
A reportagem de A Gazeta entrou em contato com Chicão para questionar os motivos da renúncia, mas o agora ex-prefeito de Conceição da Barra não atendeu às ligações e não respondeu às mensagens.
Os problemas judiciais envolvendo Chicão começaram em 2016, quando ele ainda era secretário de Assistência Social do município. Na época, Chicão foi denunciado por conduta proibida em pleno ano eleitoral. Ele esteve à frente de um programa social que oferecia cursos profissionalizantes gratuitos à população. Chicão era candidato a prefeito e foi eleito.
Em setembro de 2019, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES) decidiu cassar o mandato do prefeito e do vice e eles tiveram que deixar a prefeitura. Chicão também foi condenado a pagar multa de 10 mil UFIRs (Unidade Fiscal de Referência), o que equivale a R$ 34,2 mil, por abuso de poder político.
Durante o período de afastamento, quem assumiu a prefeitura foi o presidente da Câmara Municipal, Mateusinho.
No entanto, no dia 23 de setembro uma liminar (decisão provisória) do ministro Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou o retorno de Chicão ao cargo de prefeito até que haja o julgamento de um recurso. Mesmo reconduzido ao cargo, a decisão do TSE manteve a inelegibilidade de Chicão.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta