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Prefeito de Viana assume funções em outras cidades e deve ir para o governo em 2021

Prefeito de Viana assume funções em outras cidades e deve ir para o governo em 2021

Além de prefeito, Gilson Daniel (Podemos) é presidente da Amunes e coordena os trabalhos de transição nas cidades de Cariacica e Vila Velha mesmo antes de terminar o mandato. Ele garante que isso não desvia o foco da cidade de Viana

Publicado em 7 de dezembro de 2020 às 20:43

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Prefeito de Viana entre 2013-2020
Prefeito de Viana, Gilson Daniel (Podemos), completa 8 anos no cargo, mas no último mês de mandato assumiu também outros compromissos . (Reprodução/Redes Sociais)

O prefeito de Viana, Gilson Daniel (Podemos), nem terminou o mandato, mas já assumiu compromisso em outras duas cidades: é coordenador das transições nas prefeituras de Cariacica e Vila Velha. Até março, exerce também a presidência da Associação dos Municípios do Estado do Espírito Santo (Amunes), cargo para o qual foi eleito em 2019. O prefeito tem ganhado espaço na política capixaba, e não é em vão. Nos bastidores, inclusive, já é dada como certa a entrada dele no governo Casagrande a partir de 2021.

Gilson Daniel diz que o acúmulo de atribuições neste último mês não tira o foco de Viana. De acordo com ele, a cidade tem uma transição mais fácil, já que o prefeito eleito Wanderson Bueno (Podemos) era, até junho, secretário municipal de Governo. Ele também comandou a pasta de Assistência Social e Saúde na cidade nos mandatos do atual prefeito.

"Eu não trabalho sozinho, existe uma equipe. E a gente trabalha sábado, domingo, de madrugada. Viana não vai ficar prejudicada, está bem encaminhada", afirmou. 

O prefeito, no entanto, foi eleito para administrar a cidade até o dia 31 de dezembro, função que, apesar de Gilson Daniel afirmar que não deixará de cumprir, vai dividir o tempo com outras atividades nesta reta final do mandato. 

Como coordenador de transição, ele é o responsável por realizar reuniões, solicitar informações – algo que tem feito pessoalmente em Vila Velha – e formar equipes. No caso de Cariacica, tem plenos poderes no processo. Conforme declarou o prefeito eleito Euclério Sampaio (DEM), foi dada "carta branca" ao prefeito de Viana. 

Viana é uma cidade com cerca de 80 mil habitantes, segundo dados do IBGE. Comparada a outras da Região Metropolitana, é considerada de pequeno porte e sem muita visibilidade no cenário político capixaba. Nos últimos oito anos, o município foi comandado por Gilson Daniel.

Durante esse tempo, o prefeito construiu um bom capital político: conquistou a presidência da Associação dos Municípios do Estado do Espírito Santo (Amunes), tornou-se o presidente estadual do Podemos, e estreitou laços com o governo estadual. É, hoje, um grande aliado do governador Renato Casagrande (PSB).

Para políticos ouvidos pela reportagem, esse espaço que Gilson Daniel vem conquistando, já algum tempo, não vai ser desperdiçado. A participação dele dentro do governo Casagrande já é assunto no Palácio Anchieta, que prevê mudanças no secretariado a partir do ano que vem. 

"Ele é aliado do governador. Haverá mudanças e o nome dele certamente não vai ficar de fora", declarou uma fonte do governo. 

A conversa para definir qual cargo e em que pasta Gilson Daniel poderia ser alojado ainda não teria acontecido. Fala-se ainda sobre uma possível candidatura do atual prefeito de Viana para deputado federal em 2022, o que reforçaria a necessidade de uma participação dele no Executivo estadual, para que não fique sem visibilidade até a próxima eleição.

A ASCENSÃO DE GILSON DANIEL

Até 2012, Gilson Daniel era um político desconhecido. Eleito pelo PV nas duas últimas eleições municipais, se desfiliou da sigla em 2017 para comandar o Podemos no Espírito Santo.

A ideia era fazer o partido crescer no Estado, o que de fato aconteceu. Atualmente, o Podemos conta com nomes de políticos como o senador Marcos do Val e o deputado estadual Marcelo Santos. Até pouco tempo, a senadora Rose de Freitas (sem partido) também era filiada ao partido. Ela e Gilson, inclusive, são politicamente próximos.

Além disso, elegeu, pela primeira vez, não só um, mas dois prefeitos na Grande Vitória: Arnaldinho Borgo, em Vila Velha, e Wanderson Bueno, em Viana, sucessor que ele fez na cidade sem grandes dificuldades. 

Ainda no seu primeiro mandato, em 2015, Gilson Daniel foi detido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) com R$ 41 mil em espécie dentro do carro.  Ele foi conduzido à sede da Polícia Federal para explicar a origem do dinheiro. O prefeito comprovou, por meio de documento, que iria negociar um imóvel e que a quantia estava declarada no imposto de renda.  Ele foi liberado e o dinheiro devolvido pela Justiça meses depois. 

Sem possibilidade de concorrer a um novo mandato em Viana, Gilson Daniel cogitou disputar a eleição para prefeito de Cariacica em 2020. Essa ambição, contudo, esbarrou na legislação, que não permite que um prefeito com dois mandatos em uma cidade emende o terceiro em outra.

Apesar de não ter disputado a eleição na cidade vizinha, Gilson Daniel esteve presente na campanha de Euclério Sampaio (DEM)

A participação dele no comando de alguma secretaria, em uma das duas cidades onde ele comanda a transição, chegou a ser especulada. Pessoas próximas ao prefeito afirmam, no entanto, que ele tem objetivos bem maiores. E ele mesmo descarta integrar as equipes.

"Estou apenas auxiliando, de forma voluntária, porque tenho experiência. Não pretendo e nem vou fazer parte do secretariado dessas prefeituras", afirmou, não descartando a possibilidade de compor o time do Palácio Anchieta.

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Estou à disposição do governador

Gilson Daniel
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Até lá, Gilson vai ter que fazer malabarismo para atuar como prefeito de Viana, coordenador de transições e presidente da Amunes. "Durmo três, quatro horas por noite. Tenho 20 horas para trabalhar", garantiu.

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