O prefeito eleito de Laranja da Terra, na Região Serrana do Espírito Santo, Joadir Lourenço (PSDB), é alvo de uma ação de investigação judicial eleitoral por abuso de poder econômico, por suposta compra de votos. Lourenço venceu o pleito por diferença de apenas sete votos. Ele foi o escolhido de 4.028 eleitores, 49,43%, enquanto seu principal adversário, o atual vice-prefeito Florisvaldo Kester (MDB), recebeu 4.021 votos (49,34%).
A ação foi proposta pela defesa de Kester. Ao avaliar o documento, a juíza eleitoral Walméa Elyze Carvalho Pepe de Moraes negou um pedido para suspender a diplomação dos eleitos, mas determinou a citação dos investigados para que apresentem defesa e a ação prossiga. Além do prefeito eleito, são alvos o vice da chapa, Douglas Fagundes Brandão (PSDB); o filho do prefeito eleito, Fernando Lourenço Marques; e a nora do prefeito eleito, Paloma Rossmann Briscke.
Na ação, os advogados incluíram declarações com firma reconhecida em cartório de dois eleitores que relataram ter recebido R$ 700 e R$ 1 mil para votar em Joadir Lourenço. Uma das eleitoras, a que recebeu R$ 700, diz na declaração que recebeu o valor via Pix enviado pela nora do prefeito eleito. Ela, que é moradora da Serra, afirmou ainda que só foi votar em Laranja da Terra por ter recebido a quantia. Ela forneceu um comprovante do Pix recebido e disse que não tem nenhum vínculo pessoal, comercial ou profissional com a nora do prefeito eleito.
O outro eleitor afirmou ter recebido os R$ 1 mil diretamente do filho do prefeito eleito e, da mesma forma, que não tem nenhum vínculo com ele, tendo recebido o valor exclusivamente para vender seu voto. Ele ainda relatou saber que outras pessoas receberam valores por Pix para votar no candidato tucano. Foi anexada à ação também um comprovante de Pix da nora de Joadir Lourenço para outra pessoa, no valor de R$ 200.
“Os fatos narrados são extremamente graves e foram acostados documentos que indicam a possibilidade de ter ocorrido compra de votos pelos requeridos, comprometendo a lisura das Eleições 2024”, avaliou a magistrada. Apesar disso, a juíza considerou que o resultado das urnas não pode ser facilmente desconsiderado e, por isso, não suspendeu a diplomação de Joadir Lourenço e Douglas Brandão.
A diplomação é o ato através do qual a Justiça Eleitoral chancela que o candidato foi eleito e está apto a tomar posse. Durante a cerimônia, os vencedores recebem diplomas assinados pelos juízes eleitorais de suas respectivas cidades. Em Laranja da Terra, a diplomação está marcada para as 13h da próxima quarta-feira (11), no Auditório do CRAS.
O prefeito e o vice eleitos negaram as acusações através de nota. "Joadir e Brandão reafirmam o seu compromisso com a verdade tanto que a prestação de contas da campanha já foi aprovada, além de ressaltar que as eleições foram norteadas pela honestidade e seguindo todas as regras e normas do direito eleitoral", disseram.
O texto prossegue: "A ação movida pelos derrotados não tem motivação verdadeira e os únicos fundamentos são o inconformismo de serem superados por um candidato que já vai para seu terceiro mandato como prefeito e um vice que já desponta com vitória na vida política".
"Assim como na campanha, depois dela e durante o mandato Joadir e Brandão se pautarão na verdade, transparência e respeito a sociedade e a Justiça Eleitoral", conclui a nota.
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