Empossado prefeito de Conceição da Barra a menos de um mês para o fim do mandato, Jonias Dionísio (PROS), mais conhecido como Dionísio de Braço do Rio, tem pela frente outro desafio além de manter a estabilidade política na cidade nos últimos dias de 2020: controlar os casos de Covid-19.
Com a chegada do verão, há receio de que o número de pessoas infectadas aumente no município, que possui praias visitadas por muitos turistas nessa época do ano.
Até a tarde de segunda-feira (07), Conceição da Barra registrava 416 casos de Covid-19 e 22 óbitos, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde. A cidade tem pouco mais de 30 mil habitantes.
"Estamos em um período em que a cidade começa a receber muita gente de fora, o que é um complicador na pandemia. Conceição da Barra vive de turismo. Estamos fortalecendo as barreiras nas entradas da cidade para conscientizar a população", declarou.
Jonias era vice-prefeito de Conceição da Barra. Assim, estava à disposição para assumir a prefeitura em eventuais ausências do chefe do Executivo municipal. Não esperava, contudo, que isso fosse acontecer faltando um mês para o fim do mandato.
Na última semana, o então prefeito Francisco Vervloet, o Chicão (PSB), renunciou ao cargo de prefeito. A renúncia foi protocolada na Câmara Municipal no dia 30 de novembro e Jonias tomou posse no dia seguinte.
"Foi uma questão muito pessoal dele. Ele perguntou se eu queria finalizar este último mês e eu disse que sim. Vice é para isso, para substituir quando precisar. E eu vou cumprir com muito zelo", garantiu.
Jonias vai passar o comando da prefeitura, no dia 1º de janeiro, para o atual presidente da Câmara Municipal, Mateusinho (PTB), eleito prefeito no dia 15 de novembro. Mateusinho também já esteve à frente da cidade quando a Justiça cassou, em março deste ano, o então prefeito e o vice por abuso de poder político, praticado nas eleições de 2016.
De acordo com Jonias, as duas equipes já estão atuando no processo de transição.
"Tenho uma boa relação com Mateusinho, vai ser uma transição tranquila. Temos duas comissões atuando juntas, com muito respeito. Não acredito que vamos ter qualquer tipo de problema", declarou.
Desde o dia que renunciou ao cargo, a reportagem tem tentado contato com Chicão, mas as ligações não foram atendidas. Pelas redes sociais, o ex-prefeito divulgou uma nota, dizendo que deixava o cargo por motivos pessoais e por já ter tido o mandato interrompido pela Justiça.
Os problemas judiciais envolvendo Chicão começaram em 2016, quando ele ainda era secretário de Assistência Social do município. Na época, Chicão foi denunciado por conduta proibida em pleno ano eleitoral. Ele esteve à frente de um programa social que oferecia cursos profissionalizantes gratuitos à população, sem execução orçamentária iniciada no ano anterior e sem autorização em lei aprovada pela Câmara Municipal. Chicão era candidato a prefeito e foi eleito.
Em setembro de 2019, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES) decidiu cassar o mandato do prefeito e do vice e eles tiveram que deixar a prefeitura. Chicão também foi condenado a pagar multa de 10 mil UFIRs (Unidade Fiscal de Referência), o que equivale a R$ 34,2 mil, por abuso de poder político.
Durante o período de afastamento, quem assumiu a prefeitura foi o presidente da Câmara Municipal, Mateusinho.
No entanto, no dia 23 de setembro uma liminar (decisão provisória) do ministro Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou o retorno de Chicão ao cargo de prefeito até que haja o julgamento de um recurso. Mesmo reconduzido ao cargo, a decisão do TSE manteve a inelegibilidade de Chicão.
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