Seja com o objetivo de emplacar alguém do grupo político como sucessor, seja mesmo para se reeleger, todos os prefeitos da Grande Vitória querem intensificar as entregas de projetos em 2020. Mesmo entre os três prefeitos que não poderão disputar a reeleição, o cumprimento das promessas no último ano de gestão é fundamental para garantir futuras pretensões políticas.
O prefeito de Vitória, Luciano Rezende (Cidadania), afirma que seu principal objetivo para o próximo ano é não deixar cair o ritmo de trabalho na prefeitura e que, se for preciso, vai fazer mudanças na equipe para evitar o "corpo mole".
"Finais de governo e anos eleitorais demandam muita atenção para que não se perca o ritmo forte de entregas. Minha tarefa é manter esse ritmo até 31 de dezembro de 2020, quero seguir com a equipe motivada. Para isso, farei modificações na equipe se for preciso. É uma tarefa que parece simples, mas requer uma dedicação muito grande", diz.
Questionado sobre qual é a marca que quer deixar da gestão, Luciano conta que seu desejo é ser visto como alguém que "tornou a cidade mais inteligente, mais moderna, ao ampliar a mobilidade urbana" e pede os méritos por ter, segundo ele, "refundado Vitória após o fim do Fundap", recurso extinto em 2013, que chegava a representar até 44% da arrecadação da Capital.
Quem também quer agilizar as entregas é o prefeito de Vila Velha, Max Filho (PSDB). Único prefeito da Grande Vitória que vai ser testado nas urnas nas próximas eleições, o tucano afirma que 2020 será um ano para consolidar o que foi planejado e finalizar as obras já contratadas. A ideia, segundo ele, é manter o nível de investimentos que foram feitos em 2019.
"Estamos em um momento de amadurecimento de muitas iniciativas e projetos que estão em andamento. Na área de saúde, crescemos o percentual de investimento a cada ano e para 2020, queremos botar em funcionamento seis novas unidades de saúde. Temos obras conveniadas com o governo do Estado e estamos na iminência de assinar esses contratos para viabilizar a execução desses projetos. Quero que fique para o imaginário dos moradores de Vila Velha que a minha gestão melhorou a qualidade de vida, aperfeiçoou o sistema de ensino e elevou o nível dos serviços", projeta.
Em Cariacica, Juninho diz que deixará uma cidade mais organizada para seu sucessor e destaca que a lista de pendências do orçamento participativo do município estará zerada em 2021. O prefeito alega que recebeu a cidade com obras previstas em orçamentos participativos de 2006 a 2012 sem dinheiro em caixa para cumpri-las.
"Vamos concluir essas obras em 2020. O que ficará para o próximo gestor, mas que deixaremos encaminhado, é a ampliação da Guarda Municipal. Chamaremos cem novos guardas em 2020, e o próximo prefeito poderá chamar mais servidores do cadastro de reserva ou realizar, futuramente, outro concurso. Durante esses anos a frente da cidade, busquei trabalhar para ser lembrado como a administração mais transparente e com as contas mais equilibradas que o município já viu", destaca.
Segundo o prefeito da Serra, Audifax Barcelos (Rede), ele vai encerrar o ano que vem com R$ 200 milhões em investimentos, o dobro do que a prefeitura bancou em 2019. O redista afirma que quer deixar como símbolo dos seus dois mandatos o Hospital Materno Infantil. O novo hospital tem a previsão de atender 8,7 mil gestantes por ano e realizar 725 partos por mês. A previsão de entrega é maio de 2020.
"A minha prioridade é inaugurar o hospital. Claro que há outras obras importantes para serem entregues, como a Arena Jacaraípe, três creches e uma escola, mas o foco é entregar o hospital já funcionando. Pretendo dar início às obras da rotatória do O e da mão única da Norte Sul. São obras que eu queria ter começado antes, mas tiveram alguns atrasos por questões burocráticas, de liberação de recursos e licenciamento. A marca que quero deixar é de uma cidade que teve as contas em dia, mas que também não deixou de fazer obras importantes", diz.
"Correr contra o tempo para concluir as obras iniciadas durante o mandato é normal. Também é natural que cada um, a sua maneira, queira deixar uma marca registrada do mandato. O que não pode acontecer é inaugurar obras mal acabadas, fazendo com que projetos que deveriam ser para solucionar problemas, acabem causando um novo problema. Outra coisa recorrente que precisa ser evitada é a chamada 'solução de continuidade', onde os sucessores interrompem obras deixadas por seus antecessores ou descontinuam algum projeto, como se isso fosse prejudicar politicamente seu adversário. O que falta no Brasil é ter de fato uma "política de Estado" e não uma "política de governo", como acontece hoje. O dinheiro público precisa ser usado de maneira racional, os projetos precisam ser concluídos, mesmo com a mudança de gestores. Quando se paralisa uma obra ou serviço, isso gera um desperdício de verba pública. Os gestores que estão terminando mandato também precisam ter em mente que uma outra pessoa vai assumir, não dá para tirar o pé no fim, esconder informações da equipe de transição ou descuidar das contas. Isso é uma obrigação deles, que podem ser penalizados se não cumprirem estes requisitos. A população precisa estar atenta para este período."
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