Dos 78 atuais prefeitos dos municípios capixabas, 20 não vão disputar a reeleição este ano. Seja por decisão pessoal ou por já estarem no segundo mandato consecutivo. Mesmo fora da disputa nas urnas, os chefes dos Executivos municipais já se movimentam para tentar emplacar sucessores na administração.
Em ao menos nove cidades onde o prefeito não será candidato já há nomes que pretendem herdar o capital político dos atuais mandatários. Na Grande Vitória, deixam seus cargos ao final do ano Luciano Rezende (Cidadania), em Vitória; Audifax Barcelos (Rede), na Serra; Geraldo Luzia Júnior, o Juninho (Cidadania), em Cariacica; e Gilson Daniel (Podemos), em Viana.
Dos quatro, três já posam com os herdeiros de seus votos. Em Vitória, Luciano já pavimenta há algum tempo a candidatura do deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania), que foi seu secretário antes de se eleger na Assembleia. Audifax Barcelos chegou a testar alguns nomes de seu secretariado, mas acabou optando por apoiar o vereador Fábio Duarte, recém-filiado à Rede, em abril.
Na semana passada, o último a definir seu sucessor foi Gilson Daniel, que escolheu seu ex-secretário de governo Wanderson Bueno (Podemos) como o defensor da administração na disputa eleitoral.
Já em Cariacica, onde há 20 pré-candidatos já elencados pelos partidos como postulantes ao cargo de prefeito, Juninho ainda não definiu quem irá apoiar. Destes, pelo menos quatro nomes são especulados como possíveis candidatos da atual gestão: o vereador Joel da Costa (PSL), da base aliada ao prefeito na Câmara; o atual vice-prefeito Nilton Basílio (PDT); o ex-deputado estadual Sandro Locutor (PROS) e o pastor Ivan Bastos (MDB).
A menos de um mês das convenções partidárias, que se iniciam em 31 de agosto e vão até 16 de setembro, as próximas semanas prometem ser movimentadas ao afunilar tantos postulantes às prefeituras. Prefeitos que não disputam esta eleição, mas que miram expandir seu projeto político para buscar se viabilizar em 2022 seja para cargos de deputado estadual, deputado federal, senador ou governador também precisam construir e fortalecer alianças.
"A eleição municipal vai criar tensão para quem não vai disputar também. O governador vai precisar lidar com seus aliados, pois pode haver desgaste ao deixar de apoiar ou apoiar um candidato ou outro. Em Vitória, já houve uma tensão entre Cidadania e PSB, que enquanto aliados, vão ser concorrentes na eleição e isso pode gerar um problema político para Casagrande e Luciano", avalia o cientista político Fernando Pignaton.
Ele aponta que o número alto de candidaturas do PSB, partido do governador a sigla tem 52 pré-candidatos , pode virar um problema para os socialistas, ao perder a articulação com outros aliados. "É cedo para afirmar, mas isso pode gerar uma desmobilização das articulações feitas até aqui e virar um problema até dentro da Assembleia Legislativa, por exemplo, caso haja rompimento com partidos aliados", analisa.
Luciano Rezende e Audifax Barcelos, por exemplo, são apontados no mercado político como possíveis candidatos ao governo do Estado em 2022.
Nos bastidores, a Rede de Audifax tem se aproximado do Podemos, de Gilson Daniel, em uma possível aliança. Enquanto a Rede deve apoiar Wanderson, sucessor de Gilson em Viana, o Podemos apoia Fábio Duarte, na Serra. O prefeito de Viana é considerado como um futuro candidato à Câmara dos Deputados ou ao Senado.
"Este é um momento de definição. Costuma-se dizer que agora é como um caminhão de abóboras que sai para viajar. No início, elas estão desarranjadas, mas no percurso acabam se ajeitando. Tem muitos candidatos lançados pelos partidos, que são lançados para negociar. Até as convenções veremos as novas alianças construídas e o impacto que ficou sobre as já existentes", aponta o cientista social João Gualberto Vasconcellos.
Entre os nomes que ainda disputam a reeleição na Grande Vitória está o atual prefeito de Vila Velha, Max Filho (PSDB). Outro que tentará ter mais quatro anos de mandato é o chefe do executivo em Guarapari, Edson Magalhães (PSDB).
Já em Fundão, o atual prefeito Joilson Rocha Nunes, o Pretinho (PDT), vai disputar a reeleição após ter sido escolhido pelos eleitores em 2017, em uma eleição suplementar, após a cassação do prefeito anterior, Anderson Pedroni (PSD), eleito em 2016.
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