Em Vitória para a assinatura de um protocolo de intenções com o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), a ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), afirmou que o momento mais difícil da carreira dela foi o dia 8 de janeiro deste ano, quando as sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram invadidas e depredadas em atos de vandalismo. Ela completa 75 anos no próximo mês e vai encerrar a sua carreira no Judiciário no final deste mês de setembro.
Ao discursar, Rosa Weber mencionou que o Espírito Santo é o último Estado em que cumpre agenda antes da aposentadoria, pois encerra seu ciclo no STF em setembro. Ela assumiu o cargo em dezembro de 2011, nomeada pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
“Tive a honra de, nesse Estado, entrar em contato com um enorme esforço para superação de dificuldades que nós sabemos existentes. Não visitei o sistema prisional, mas estive agora em Cariacica, no sistema socioeducativo, que já foi alvo e ainda é da Corte Interamericana de Direitos Humanos, e, na verdade, vendo o esforço que está sendo feito para o enfrentamento de um desafio que tem visíveis progressos. Problemas existem, de todas as ordens e em todo o país, o importante é enfrentá-los”, ressaltou.
Após o encerramento da solenidade, ela não quis dar entrevista, mas respondeu a um único questionamento: qual o momento mais desafiador da sua carreira? Inicialmente, a ministra respondeu com outra pergunta: "Ainda tem alguma dúvida?". Questionada então sobre qual seria esse momento, ela acrescentou: "O dia 8 de janeiro", em referência à data dos atos golpistas, promovidos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Durante o evento, realizado na sala da Presidência do TJES, foi firmada a adesão da Justiça Estadual à Política Nacional do Poder Judiciário de Proteção e Defesa dos Direitos Humanos, que consiste na adoção de medidas variadas voltadas para a concretização dos direitos humanos no âmbito do Poder Judiciário.
O protocolo de intenções foi assinado por diversas autoridades presentes, entre as quais o governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), e o presidente em exercício do TJES, desembargador Dair José Bregunce.
O TJES também firmou compromissos pela equidade racial, para a criação do grupo de trabalho interinstitucional para prevenção e combate à tortura e pela instalação da primeira Vara Especializada em Crimes contra a Criança e o Adolescente do Estado.
Mais cedo, ao chegar ao Estado, a ministra visitou a Unidade de Internação Socioeducativa (Unis), em Cariacica, e almoçou com Casagrande, no Palácio Anchieta. Ela também recebeu do governador a comenda Jeronymo Monteiro, a mais alta honraria do governo capixaba.
Ainda na sede do Executivo estadual, ela recebeu um grupo de indígenas que pediu o apoio da presidente da Suprema Corte na votação do Marco Temporal relacionado à demarcação de terras indígenas, que está em votação no STF.
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