O empresário Marcelo Marcondes Soares, preso na Operação Rubi, negocia um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Estadual (MPES). Ele está no Centro de Detenção Provisória de Viana 2.
Marcondes Soares está preso desde 8 de maio, quando levava mochila com R$ 33 mil em dinheiro à casa onde vivem a prefeita de Presidente Kennedy, Amanda Quinta (PSDB), e o companheiro dela, o ex-secretário José Augusto de Paiva (MDB). Ambos também estão presos.
Conforme apurou o Gazeta Online, há interesse do empresário em delatar, mas a negociação com membros do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) ainda está na etapa da discussão das contrapartidas, dos benefícios a serem concedidos.
Não é possível, segundo as informações colhidas pela reportagem, dizer nem se o acordo será realmente homologado, ato que cabe ao Poder Judiciário. Apenas que há interesse das duas partes envolvidas na negociação em celebrar o acordo.
Marcondes Soares é um dos sócios da empresa Limpeza Urbana Serviços LTDA. A firma, segundo o MPES, está no centro do esquema criminoso de pagamento de propinas e direcionamento de contratos em prefeituras do Sul do Estado.
A investigação sustenta que o empresário saía do Rio de Janeiro, onde vive, para fazer pagamento de propina a José Augusto de Paiva, então secretário de Desenvolvimento Econômico de Presidente Kennedy, uma vez por mês. O esquema teria começado em 2014.
Três dessas visitas para pagamentos foram flagradas pelos investigadores. José Augusto é quem realmente detinha poder político na cidade, com forte influência sobre sua companheira, a prefeita Amanda Quinta.
Além de Kennedy, a Limpeza Urbana também presta serviços em Marataízes, que também entrou na mira do MPES. Até entrada para show do Cirque du Soleil empresários pagaram para o prefeito da cidade. Empresas de transporte público também são alvo.
No dia 17 de maio, o MPES ofereceu denúncia contra investigados na Operação Rubi. O órgão ministerial pede a condenação dos denunciados pelos crimes de organização criminosa, crime de responsabilidade de prefeito, corrupção passiva e ativa e falsidade documental. O caso está sob sigilo.
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