O procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, disse a jornalistas na tarde desta segunda-feira (21) que 27 deputados estaduais estão sendo investigados na área cível com base em relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que identificou movimentações financeiras atípicas de servidores da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro). Ele também voltou a negar que o sigilo do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) tenha sido quebrado, como o filho do presidente vem sustentando.
Gussem foi enfático ao dizer que o Ministério Público e o Coaf agiram de acordo com a lei e defendeu que é preciso fortalecer os órgãos de controle no combate à corrupção.
Em entrevista à Record no domingo (20), Flávio Bolsonaro afirmou que está sendo perseguido e sugeriu que a tomada de depoimento pelo MP-RJ, à qual faltou, poderia ser uma "arapuca".
Ainda que os deputados estejam sendo investigados na esfera cível, Gussem voltou a negar que também sejam oficialmente investigados na área criminal. Ele disse que o órgão não incluiu o nome dos parlamentares no rol de investigados para evitar uma exposição inconsequente. "No primeiro momento não investigamos pessoas, investigamos fatos", afirmou.
Questionado sobre os R$ 7 milhões que teriam sido movimentados em três anos por Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito, o procurador-geral disse que essa informação não faz parte da documentação sob a alçada do Ministério Público. A informação foi revelada pelo O Globo.
Gussem também criticou a Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) por o que considera uma "total falta de transparência". Entre as críticas de Gussem, está a ausência de uma listagem dos servidores vinculados a cada gabinete.
A partir de pedido do MPF (Ministério Público Federal), que investigava fatos que culminaram na Operação Furna da Onça, deflagrada em novembro do ano passado, o Coaf produziu relatório sobre a movimentação financeira nos gabinetes da Alerj.
O material foi encaminhado ao Ministério Público estadual em janeiro de 2018 e ficou sob análise no laboratório de lavagem de dinheiro até maio do mesmo ano. Em seguida, foi enviado para o Gaocrim (Grupo de Atribuição Originária em Matéria Criminal), grupo submetido ao procurador-geral de Justiça. Em julho, o órgão abriu as primeiras investigações criminais, entre elas a de Queiroz.
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